Título da redação:

A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 23/10/2018

De acordo com o artigo 216 da Constituição Federal de 1988, essa lei assegura a proteção do patrimônio cultural brasileiro. Entretanto, fruto da negligência por parte do governo Temer e dos governos anteriores como exemplo, os governos Dilma, Lula, FHC e etc, foi possível em 2018 entrar para a história brasileira, um evento trágico e lamentável envolvendo o renomado e ilustre Museu Nacional no Rio de Janeiro, instituição essa que continha 200 anos de história e ainda foi a residência de um rei e de dois imperadores, um incêndio causado devido às más condições das instalações, o qual destruiu acervos científicos, bibliográficos e documentais. É notório que o abandono do patrimônio histórico pelo governo ao longo dos anos está entre as causas do problema. Isso ocorre porque, por ser um investimento alto e não ser considerado de primeira necessidade, esse tipo de aplicação acaba sendo deixado à margem nos planos dos governantes, explicitado conforme anunciado pela BBC News Brasil, a qual afirma que apenas 2 de 13 planos de candidatos a Presidência de 2019 citam preservação de museus e patrimônios históricos, havendo assim possíveis repetições desses eventos no futuro envolvendo outras estruturas que sejam vinculadas ao patrimônio público. De outro modo, além do descaso do governo, há também o descaso da população com o bem público. Isso acontece porque, sob a perspectiva do sociólogo Pierre Bourdieu na Teoria do Habitus, a sociedade tende a incorporar, naturalizar e reproduzir as estruturas sociais. Nessa lógica, percebe-se o padrão comportamental existente com a falta de educação e zelos pela população, ao ser incorporada a ideia de que somente cabe aos governantes o cuidado com o bem público. Dessa maneira, as pessoas tendem a poluir e a vandalizar os monumentos e prédios, sem se importarem com o prejuízo causado ao erário e à própria população que utiliza o bem. Em consequência disso, tem-se diversas praças e monumentos pichados, quebrados e interditados ao uso comum por causa de vandalismos. Baseado nesse episódio infeliz do incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, evidencia-se a necessidade de ações estatais que visem, urgentemente, proteger o patrimônio histórico de sua precarização, e também a conscientização da população a respeito da preservação do patrimônio cultural e histórico brasileiro. Torna-se evidente, portanto, que a precarização do patrimônio histórico ainda é um problema a ser enfrentado. Em razão disso, o Governo Federal, em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, deve criar uma lei que destina parte do PIB do país para promover reformas e restaurações de prédios e acervos materiais públicos, a fim de preservá-los para a população. Ademais, o governo também deve promover, somado aos pais e à escola, palestras, campanhas e workshops sobre ética em sociedade, educação e conscientização de cuidados com o bem público, seja histórico ou não, com profissionais especializados na área, para se naturalizar uma estrutura social de cidadania e cultura desde a infância e, com isso, reproduzir-se aos descendentes. Dessa maneira, poder-se-á aproximar o Brasil real daquele idealizado há quase oito décadas por Stefan Zweig.