A sociedade brasileira contemporânea é marcada pelo avanço da medicina e da engenharia genética. Todavia, é notório o retrocesso na gestão adequada da saúde. Dessa forma, a falta de estrutura nos hospitais e o déficit de profissionais têm se manifestado em diversos ambientes, com ênfase em instituições públicas, porém, não extintos em meios particulares. Diante disso, investigam-se fatores responsáveis pela situação, sobressaindo-se a carência e o mau gerenciamento de verba, bem como a fiscalização ineficaz. Antes de tudo, observa-se que o setor da saúde carece de investimentos, principalmente nas periferias, que possuem apenas postos de saúde e ainda assim sucateados. Desse modo, surgem instituições de saúde sem estrutura e com higiene deteriorada, tal como necessitadas de médicos, visto que há uma concentração nas grandes cidades em contraponto às regiões mais afastadas. A consequência destas falhas é a superlotação, consoante dados do Tribunal de Contas da União (TCU), 64% dos hospitais brasileiros estão sobrecarregados e os enfermos ficam em macas, no corredor, aguardando, por vezes, dias até a internação. Dessa maneira, os cidadãos são resignados a situações que ferem a dignidade humana e agravam suas condições. Torna-se claro, nesse sentido, que o Estado não fornece os subsídios e os devidos serviços para que as pessoas recebam o atendimento previsto na Constituição. Em adição, mais do que a falta de verbas, alegação sempre presente nas justificativas dos problemas do sistema de saúde, a estrutura sofre do mal da gestão inepta. Em vista disso, casos de corrupção são frequentes e corroboram pra ausência de mudanças nos hospitais. Segundo informações do site G1, em 2016, a polícia da Grande Florianópolis averiguou um esquema de fraude para furar fila de exames no SUS. Dito isso, vários pacientes que não possuem meios para arcar com as despesas médicas são prejudicados e o funcionamento de sua saúde é posto em risco. Situação estimulada pela gestão de profissionais inadequados aos cargos e a deficiência de fiscalização. Essa realidade aponta que a função do Estado não é apenas investir, como também administrar tais recursos, garantindo seu uso correto. Logo, para solucionar tais problemas, faz-se necessária a efetivação destas medidas na realidade da população. Primeiramente, cabe ao Estado investir na saúde publica, criando hospitais nas comunidades e na melhora da infraestrutura dos já existentes, do mesmo modo que escalar profissionais adequados para gerenciar e supervisionar essas medidas. Além disso, o Ministério da Justiça deve ser mais severo em relação aos casos de corrupção e agir conforme a lei, punindo os envolvidos e, com a ajuda da mídia, divulgar tais ações para que as denúncias sejam transparentes. Associados esses caminhos garantirão os princípios básicos de universalidade, integralidade e equidade da saúde, estabelecidos pela Constituição.