Título da redação:

Os efeitos da falta de dinamicidade na saúde e incoerências de investimento.

Tema de redação: A polêmica gestão da saúde pública no Brasil

Redação enviada em 02/04/2016

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um programa que propõe estender gratuitamente a todos os brasileiros serviços de assistência médica e hospitalar. No entanto, embora tenha surgido com objetivos nobres e inovadores, demonstra, na prática, inúmeros desafios para conseguir alcança-los. Nesse sentido, há uma grande necessidade de melhora no que tange sobretudo a dinamicidade e a eficácia do programa, pois alheio as mesmas permanecerá na indolência e na inoperosidade atuantes. Em muitos países, convênios privados, com condições muito eficientes, são os responsáveis por possibilitar a assistência de saúde necessária à população. Ou seja, não é conduta comum o Estado oferece-las. No Brasil, ambos os modelos se apresentam. Contudo, no programa público, há grande carência de profissionais médicos, leitos, medicamentos e estrutura hospitalar; além das longas filas de espera que concretizam em si o processo de indiligência e falta de operosidade do programa. Nesse contexto, soma-se um certo cenário de resignação dos atuantes e responsáveis frente a perspectiva de possíveis melhorias e modificações. Em conjunto, todos esses fatores resultam do modelo de desenvolvimento adotado no Brasil e nos demais países emergentes: investimento, em larga escala, no setor econômico e a consequente carência de recursos para os setores público-sociais como saúde e educação. Dessa forma, não só a saúde, mas todo desenvolvimento humano e a área social são atingidos, condicionando motivos para o questionável termo, subdesenvolvimento. Enquanto isso, países integrantes da União Européia, por outro lado, destinam a maior parcela de suas receitas justamente ao setor público. Tal fato exprime as razões do elevado IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e da ótima qualidade de vida e longevidade dessas populações, as quais situam-se em visível contraste com a brasileira. Diante desse cenário, medidas de investimento social, sendo um dos focos a saúde pública, precisam ser adotadas, sobretudo no aspecto de recursos que garantam estrutura, energia e dinamicidade ao Sistema Único de Saúde. Em primeiro lugar, o Ministério da Saúde deveria receber da federação maior orçamento, que desta maneira o possibilitasse atender melhor às necessidades do SUS, cujas origens também se encontram no âmbito financeiro. Em segundo lugar, a sociedade civil, no exercício da cidadania, deveria reconhecer e exigir mais desse sistema público, não permitindo que o mesmo se torne obsoleto e infrequentável. Nesse sentido, pela frente governamental e social a saúde pública brasileira pode e deve sentir efeitos de mudança.