Título da redação:

O remédio é prevenir o caos

Tema de redação: A polêmica gestão da saúde pública no Brasil

Redação enviada em 22/03/2016

Filas extensas para entrar em outras filas. A história da saúde pública no país é marcada pela chegada da família Imperial em terras tupiniquins, a Revolta da Vacina no começo do século XX, e claro, a cobertura constitucional de todos os brasileiros, que transformava a saúde em direito e o cumprimento desse direito um dever do Estado, em 1988. O que temos hoje, porém, é um gigante a ser derrubado. Hospitais, postos de saúde e UPAS, as Unidades de Pronto Atendimento, estão mais que familiarizados com superlotações e falta de materiais. A atenção acaba sendo a remediação dos problemas que já existem. Em 2013, eram 17,6 médicos para 10 mil habitantes, uma situação que atinge intrinsecamente o brasileiro pobre. O Brasil, de acordo com a ONG Contas Abertas, gasta 48,2% do faturamento anual com o sistema de saúde, quando, a não muito longe Argentina, gasta aproximadamente 70%. Ações preventivas devem receber foco governamental. Países como Cuba e Reino Unido, que possuem sistemas de saúde universais, especializam seu atendimento em prevenções. Ambos instalam centros de saúde locais em cada bairro de Havana e Londres, por exemplo, equipados com médicos especializados em Saúde da Família, no caso da primeira, e clínicos gerais, no Reino Unido. Esses mecanismos se mostram fundamentais para o não congestionamento nos hospitais. Logo, as saídas são inúmeras e devem cingir todos os médicos, enfermeiros e bombeiros, com atrativos a carreira pública, melhores salários e infraestrutura no trabalho, até o saneamento básico, que inicia a cadeia de problemas de saúde: a relocação de cemitérios e o melhor tratamento do esgoto e lixo, com a construção de estações de tratamento e aterros sanitários. E, apesar do estágio no SUS hoje ser obrigatório em todos os cursos de Medicina, o incentivo a especialização em Saúde da Família e conjuntamente a criação de programas para distribuir a concentração médica das capitais para áreas mais remotas, como por exemplo programas de períodos fixos de 2 a 5 anos e com rotatividade desses trabalhadores.