Após um longo período de ditadura no Brasil, o processo de redemocratização trouxe uma compreensível preocupação com os direitos dos cidadãos brasileiros. Desse modo, a Carta Magna de 1988 implementou importantes direitos sociais e, assim, inseriu a saúde como dever do Estado e direito da população. Porém, a questionável administração desse setor e constante falibilidade têm provocado muitas discussões. Em primeiro plano, é importante destacar que o sistema público de saúde brasileiro, o SUS, é considerado um dos maiores do mundo, segundo informações do Conselho Nacional de Saúde. Esse sistema garantiu a toda população o acesso univesal e gratuito à saúde. Contudo, os desvios de dinheiro e os gastos insuficientes com esse setor trazem muitos problemas. De acordo com Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, o gasto público com saúde corresponde a apenas 4,7% do PIB. Enquanto isso, os Estados Unidos têm um gasto de 17%. Ademais, o dinheiro público atrelado à corrupção e a má administração, como ocorre na destinação inadequada de equipamentos, têm impacto direto na assistência à população e na atuação dos profissionais. Isso pode ser observado nas longas listas de espera e nos hospitais lotados. Dados do Tribunal de Contas da União indicam que 64% dos hospitais estão sempre com superlotação. Logo, a condução desse setor mostra-se desalinhada. Fica claro, portanto, que não faltam somente recursos para o setor de saúde no Brasil. Existe uma grande proximidade entre a improdutiva gestão e as mazelas dessa área. É necessário, então, reformular o modelo de administração hospitalar, não somente em relação ao controle de gastos, mas também na busca de medidas que tragam melhorias ao sistema, como a redução do desperdício de dinheiro e a fiscalização dos gastos. Posteriormente, o repasse de recursos federais também se faz necessário. Em vista disso, o sistema e a qualidade de vida da população poderão ser favorecidos.