A Constituição Federal de 1988 consolidou, no Brasil, o Estado de Bem-Estar Social, modelo de tendência no mundo após a segunda guerra mundial, contexto em que ficou evidente a necessidade de assistência social para a maioria da população. Assim, a saúde foi considerada direito de todos e dever do Estado. Com o advento do Sistema Único de Saúde (SUS), ocorreram mudanças que refletiram no aumento da qualidade de vida do brasileiro. No entanto, a eficácia de sua gestão é alvo de críticas, e com razão. É evidente que existem erros técnicos na gestão do SUS, órgão que coordena a saúde pública no Brasil. De início, destaca-se a ocupação de cargos administrativos por pessoas que não possuem formação acadêmica específica necessária. Por conseguinte, programas são criados de forma incompleta. Exemplo conhecido é o Mais Médicos, em que a chegada de médicos em cidades interioranas foi desacompanhada da melhoria na infraestrutura hospitalar. Dessa forma, a distribuição desproporcional dos recursos é uma realidade. Outrossim, destaca-se o desprezo às questões primárias como impulsionador da crise de saúde no Brasil. Apesar do SUS oferecer remédios pelo programa Farmácia Popular, vacinas e muitos tratamentos médicos gratuitos, a população ainda carece de benefícios básicos. A Estratégia de Saúde da Família (ESF), setor do SUS que cuida de políticas preventivas e atua em comunidades carentes, recebe pouco incentivo financeiro. Além disso, o setor sanitário deixa a desejar no que se refere ao saneamento básico, deixando muitas famílias vulneráveis a viroses e parasitoses. Desse modo, medidas são necessárias para resolver o impasse. Através de aprovação legislativa, o setor de atenção básica deve ser prioritário quanto aos recursos de investimentos. O Ministério da Saúde pode criar o programa “médico para todos”, no qual as famílias de baixa renda teriam direito a consultas semestrais apenas para realizar exames preventivos. Além disso, deve estabelecer metas para tratamento de esgoto e lixo nas cidades. As Escolas públicas podem promover palestras sobre as principais doenças que acometem à população, como a obesidade e diabetes. Assim, através da prevenção, o Estado promoverá a saúde.