A partir da constituição brasileira de 1988, a saúde se transformou em um direito constitucional de toda população e o Estado começa a possuir o dever de provê-la. Contudo, as constantes reclamações e insatisfações com relação à saúde deixam expostas uma distribuição desigual de médicos pelo país e diversos casos de desvio de recursos do governo, o que dificulta o estabelecimento de um sistema público realmente eficiente. Na década de 80, o Sistema Único de Saúde foi fundado e teve em suas bases a integralidade, universalidade e descentralização. Porém, a atração de médicos a grandes polos econômicos por conta dos melhores salários, condições de vida e garantia dos direitos trabalhistas proporciona um vazio de profissionais nas comunidades e interiores.Logo, a capacidade de atendimento dos centros médicos dos pequenos municípios é reduzida e incapaz de levar os cuidados necessários à todos. De acordo com o TCU, o desvio da União de verbas da saúde chegou a 2,3 bilhões de reais de 2002 a 2011. Como resultado, as ações fraudulentas começam a afetar o funcionamento do sistema público, pois os recursos que seriam usados para a compra de equipamentos adequados, ambulâncias, e para a contratação de médicos e outros funcionários é transferido para as contas bancárias de grandes empresários e políticos.Então, os exames, as descobertas antecipadas de doenças e os tratamentos são negligenciados por conta da falta do investimento necessário, reduzindo a eficácia da saúde pública. Entende-se, então, que a precariedade dos sistema público de saúde brasileira se baseia, principalmente, na concentração de médicos em grandes cidades e nas altas taxas de corrupção. Com o objetivo de diminuir o problema, o Governo Federal poderia atuar estimulando universitários a seguirem para as áreas rurais, por meio de campanhas com teor comunitário, benefícios no currículo e investimentos econômicos nos hospitais, proporcionando bons salários e ambientes de trabalho. A curto prazo é possível, com o apoio da União, estabelecer uma melhor gestão e fiscalização do uso dos recursos públicos por meio da informatização do controle de finanças e de um pessoal especializado.