A Constituição brasileira prevê que todo cidadão tenha acesso a saúde digna e de qualidade; foi com esse intuito que se criou o Sus (Sistema Único de Saúde). O Brasil é o único país do mundo, com mais de 200 milhões de habitantes, que busca oferecer a sua população o acesso universal a saúde. Entretanto, esse sistema vem apresentando diversas falhas, além de acentuar as desigualdades no país. Nesse contexto, dois aspectos fazem-se relevantes: como a má gestão financeira e a péssima distribuição de médicos acelera esse processo de disparidade. Em primeiro lugar, é importante suscitar que o Brasil é o país que menos investe em saúde, e com a crise econômica esse aspecto só tende a piorar. Pesquisas apontam que os gastos com saúde pública representam apenas 48% e as despesas anuais, em algumas cidades, com a mesma ficam abaixo dos mil reais. Soma-se a isso condições precárias ou a ausência de hospitais e postos de saúde, evidenciando o completo descaso com a população que fica à mercê de sua própria sorte. Outro fator preponderante é a péssima distribuição de médicos pelo território nacional. Segundo o último levantamento do CFM (Conselho Federal de Medicina), feito em 2012, o Brasil abriga 388.015 médicos, cerca de 1,8 por mil habitantes. Entretanto, apenas 8% desses profissionais estão em municípios de até 50 mil pessoas; e municípios desse porte representam quase 90% das cidades. O restante dos profissionais está aglomerado em grandes regiões, mas isso não significa que cidades pequenas daquela região ofereçam atendimento adequado. Fica claro, portanto, que a intenção e o projeto de criação do Sus foram uma das melhores, entretanto, esse plano não está condizente com a realidade esbarrando em alguns empecilhos. Para que esses sejam resolvidos o Governo Federal deve investir conscientemente na saúde fazendo parcerias com o setor privado. E também investir em políticas públicas, como o programa mais médicos, com o auxílio do Conselho Federal de Medicina, a fim de levar saúde de qualidade a regiões mais carentes e isoladas. Esses são os remédios recomendados para o correto funcionamento da sociedade brasileira.