Até a metade do século XIX, o tráfico negreiro, prática que levava os escravos da África para as colonias, foi proibido no Brasil com a implantação da Lei Eusébio de Queiroz. Dentro de 4 décadas, deu-se a promulgação da Lei do ventre livre, tal qual a Lei dos sexagenários, e então, a lei aurea. Entretando, a assinatura da Lei Áurea não aboliu o racismo enraizado na mente da população, que acabou sendo, infortunadamente, passado de geração em geração. Nessa perspectiva, vemos que os caminhos para o combate do racismo no Brasil deve percorrer questões sociais e políticas. Em primeira análise, o perpetuamento do racismo no Brasil no século XXI está indubitavelmente relacionado aos 300 anos sendo um território escravocrata. Ainda que a família real tenha sido relativamente pressionada por uma parcela da população para abolir a escravidão, fator agravado após a criação do "Sistema de parceria" que se referiu a mão de obra europeia nas lavouras de café paulistas devido ao auto custo dos escravos, esta cobrança estava distante de ser uma unanimidade. Tal unanimidade que também não existiu após a abolição, fazendo com que o reconhecimento da igualdade racial não seja aceita por todos os indivíduos da sociedade. Em segunda análise, observamos que a libertação dos negros quanto à escravidão não os libertou, contudo, do pensamento retrógrado de uma população que insiste em alimentar tais preconceitos. De acordo com o Art. 1º da Constituição, crimes resultantes de racismo e injuria racial são cabíveis de punição. No entanto, notamos que tais medidas não estão sendo efetivas tanto no combate ao preconceito racial que ainda assombra nosso país, quanto na devida punição de quem desrespeita a Constituição. Portanto, a persistência do racismo na sociedade brasileira está ligada a falta de conscientização e descanso com a lei. As mídias sociais, em parceria com o MEC, devem promover palestras e debates, que atinjam jovens e adultos, a respeito do que a discriminação racial causou e ainda causa na vida de milhares de indivíduos que em nada tem de diferente com os brancos enquanto seres humanos.