Há no nosso país um problema estrutural, enraizado e difuso, que herdamos do período colonial e que nos impede de desenvolvermos de fato como uma sociedade democrática: o racismo. Durante as escravidão, os negros africanos foram subjugados pelos brancos, e o conceito de superioridade branca foi impregnado no seio da sociedade, usando justificativas de teor teológico e científico. Mesmo após a libertação dos negros, em 1889, o cenário de segregação e de extrema aversão ao universo africano continua presente no cotidiano do país, frequentemente presenciamos situações de racismo, embora na maioria das vezes seja praticado de forma sutil, seu impacto na vida da vítima traz problemas sistemáticos. Embora os negros e pardos sejam 53% da população brasileira, o que vemos é uma hegemonia branca no meio econômico e social, seja na mídia, com telenovelas em geral compostas por personagens principais brancos, ou nos altos cargos do poder administrativo, o negro é sempre coadjuvante, herança de um passado sombrio da escravidão. Superar essa mentalidade padronizada de inferioridade do negro é primordial para nós como nação democrática, se somos iguais perante a lei, porque o negro é visto como inferior? Desenvolver políticas voltadas para igualdade racial é um meio de provocar mudanças na estrutura da sociedade. Recentemente algumas já foram desenvolvidas, como a lei de cotas, que permitiu nos últimos anos o acesso a vários negros em universidades, o que antes era raro, e a lei que torna o racismo como crime inafiançável , possibilitaram uma maior visibilidade dessa questão, e vem provocando debates o que torna o assunto menos latente, propiciando a superação. A escola como espaço de formação cidadã precisa desempenhar um papel de difusão de conhecimento da importância da cultura afro-brasileira, e toda sua contribuição para a construção da sociedade brasileira. É preciso uma união de todos os segmentos da sociedade para que essa erva daninha que obstrui vidas, seja arrancada do nosso meio social para de fato nos estabelecermos com uma democracia racial.