Título da redação:

De vítimas a agentes

Tema de redação: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 13/05/2016

No século 19, o racismo foi utilizado para legitimar o imperialismo europeu. Hodiernamente, é comprovada cientificamente a inexistência de raça na espécie humana. Entretanto, apesar do amadurecimento social em relação à pluralidade étnica e da implantação de leis que amparam a vítima de preconceito, é inegável a persistência do racismo na sociedade brasileira, ainda que de forma velada. Primeiramente, há de se ressaltar que, no Brasil, índices de violência, educação e renda revelam a permanência da extrema desigualdade entre etnias. No país, a principal causa de morte externa da população negra é o homicídio. Também, segundo o Ipea, a possibilidade de um jovem negro ser assassinado é 3,7 vezes maior que a de um jovem branco. Já no âmbito educacional, os negros são 70% dos analfabetos. No ensino superior, são somente 8% do número total de estudantes. Sabe-se que a baixa escolaridade prejudica o indivíduo futuramente, diminuindo suas chances de ingressar no mercado de trabalho formal. Consequentemente, os negros são os que possuem menor poder aquisitivo, confirmando a existência da desproporção de oportunidades oferecidas aos indivíduos, bem como um racismo mascarado. Ademais, indivíduos negros que contribuíram para sociedade de suas épocas são geralmente excluídos da historiografia, tendo como exemplo José do Patrocínio, republicano, abolicionista e intelectual, que não é citado nas aulas de história. Mais recentemente, observa-se situação similar na indústria cinematográfica, cuja a principal premiação, o Oscar, não incluía nenhum ator negro, apesar de sua presença em diversas produções do ano de 2015. Portanto, cabe ao Estado criar e efetivar políticas educacionais que favoreçam o ensino público fundamental, afetando benéfica e diretamente a população negra. No longo prazo deve-se incluir na base curricular comum figuras da comunidade negra que revertam o sentimento de vítima em sentimento de agente. Junto ao setor privado, é necessário que se invista em intensa publicidade que favoreça o fim do preconceito e a inclusão não só do negro, mas de todas as etnias presentes no Brasil.