Título da redação:

Com mais empatia há menos racimo

Tema de redação: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 10/10/2016

Em um dos célebres quadrinhos da Mafalda, a personagem aparece indignada com sua amiga Suzanita, que apesar de negar ter preconceito, sai para lavar as mãos após tocar em boneco de cor negra. Fora das tirinhas, o problema não é diferente. O Brasil, apesar de ser o país mais miscigenado do mundo, ainda não aprendeu a viver com as diferenças e é marcado pela persistência do racismo nos dias atuais. Antes de tudo, é preciso considerar que o problema acontece de diversas formas. Recentemente, o Fantástico, programa jornalistico brasileiro, apresentou o depoimento de uma menina de 9 anos nos Estados Unidos, onde a menina chorava ao dizer como se sentia por ser discriminada apenas por ter a pele escura. Testemunho este que comoveu o mundo, não se difere do de uma jovem que foi humilhada por outra mulher em uma praia no Rio de Janeiro, mostrado também pelo mesmo programa. Diante disso, fica claro que o cotidiano no Brasil ainda carrega o pensamento desigual, embora não da mesma forma, do que marcou o século XV no país com trafico de escravos africanos, ferindo claramente a Constituição Federal que garante que todos são iguais perante a Lei. Nelson Mandela, um dos responsáveis pelo fim do regime racista vigente por muitos anos na Africa do Sul - o Apartheid - defendeu que ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, porque para isso é preciso aprender, e se é possível aprender a odiar, também pode ser ensinado a amar. Essa linha de pensamento deve ser a base da educação brasileira, pois é através dela que esse impasse poderá ser resolvido. Se desde os primeiros anos escolares as crianças entrarem em contato coma história da escravidão do país, muito mais "poeta dos escravos" como Castro Alves, que defendeu a liberdade através de seus textos durante esse período no Brasil, deixarão marcas positivas na sociedade. Portanto, fica claro que medidas devem ser tomadas a curto prazo para impedir que isso continue persistindo na sociedade. Para isso, deve ser criado uma disciplina especifica em todas as escolas, que debate desde o ensino fundamental a igualdade, e ensine desde cedo, por meio de atividades, palestras e dinâmicas que a empatia deve prevalecer na convivência humana. Isso, aliado a campanhas na mídia com o apoio do governo, fará com que o problema se extirpe até mesmo das histórias em quadrinho como a da Mafalda.