Título da redação:

Brasil: Mulato e Racista

Tema de redação: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 08/05/2016

A sociedade humana, com suas complexas relações de poder, por vezes, aceita relações sociais absurdas como a escravidão. E seja na Grécia Antiga, seja no Brasil colônia, as consequências dessa prática, como o preconceito e o ressentimento tendem a se manter por séculos. De forma que no Brasil, como esse tipo de servidão foi imposto majoritariamente a negros, o que persiste até hoje é o racismo para com esse grupo. De modo ainda que, esse preconceito é suportado por duas principais inconsistências lógicas: uma de âmbito biológico e outra de âmbito social. Primeiramente, a falácia biológica diz que o povo negroide é naturalmente inferior ao caucasoide. Essa teoria, tida como fato durante toda a história do país, é ainda aceita, por mais que cientificamente refutada desde meados do século XX, na medida em que a própria definição de raças diferentes está geneticamente incorreta. Logo, enquanto não houver uma valorização do conhecimento científico no Brasil, essa incoerência continuará como verdade na cabeça de muitos e o racismo persistirá. Ademais, a segunda falácia diz respeito a um suposto papel social inferior do povo negro na sociedade e é alimentada seja pela própria cultura, seja por uma desigual distribuição de renda. Uma vez que, como apresentado pelo sociólogo Darcy Ribeiro, o povo brasileiro não tem orgulho de suas origens e de sua mestiçagem, o que é perfeitamente evidenciado pela simples ideia de o cabelo característico aos negros ser considerado “ruim”. E, ainda, o fato de haver muito mais porteiros e motoristas negros do que médicos, advogados e juízes, por fim, estimula a ideia de que o papel desse povo seria o de servir, fortalecendo assim, a persistência desse preconceito. Em face das ideias apresentadas, percebe-se a necessidade de mudanças quanto a falha educação científica e quanto a aspectos culturais negativos do povo brasileiro. De forma que, quanto à primeira, é preciso que o Poder Executivo aprimore a nova proposta de currículo do ensino público apresentada em 2015, adicionando a essa um foco cientificista por meio de, por exemplo, incentivos a formulação de projetos de pesquisa pelos alunos. Ainda, quanto à segunda, cabe principalmente à mídia diminuir a carga negativa associada ao povo negro, o que pode ser realizado por uma maior seleção de atores negros em suas novelas e jornalistas negros em seus noticiários. Dessa forma, o Brasil se fará livre da pior de suas incoerências.