Título da redação:

Brasil de Direitos

Tema de redação: A Persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea

Redação enviada em 13/06/2016

De acordo com Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado em sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a persistência do racismo tem rompido essa harmonia, visto que atitudes preconceituosas envolvendo cor da pele são, muitas vezes, ações mascaradas. Portanto, faz-se necessária medidas com vistas a reverter esse cenário caótico, para que, assim, se possam sobressair valores éticos e morais. Com a Lei Áurea, sancionada em 1888, houve a tardia abolição da escravatura. Conquanto, essa liberdade não foi concretizada de acordo com os direitos humanos, graças à falta de mobilização do governo, que não forneceu a reinserção social aos ex-escravos. Desse modo, esses indivíduos ficaram à margem da sociedade, realizando trabalhos considerados inferiores pela minoria branca, como é o caso das domésticas e das babás, atividades exercidas, em sua maioria, por pessoas negras. Nesse contexto de explorações, o racismo pôde enraizar-se, sendo, a partir de então, prática cotidiana bastante velada, devido ao uso de expressões sutis, mas que expressam o preconceito nítido de parte da população brasileira. Fica clara, portanto, a necessidade de maior ativismo social, uma vez que a Constituição Federal garante o direito à vida, à propriedade e à liberdade a todos os cidadãos, cenário não condizente com a realidade do país. Além disso, John Locke já afirmava a inviolabilidade dessas garantias aos indivíduos, fato que precisa ser cumprido na jurisdição nacional. Assim, caso essa conjuntura de descaso público continue a perpetuar-se, maiores serão as implicações aos negros. Dentre essas consequências estão as patologias psíquicas, como a depressão e o transtorno de personalidade. Ademais, segundo Durkheim, a falta de pertencimento social pode provocar à anomia: estado em que há perda de valores socioculturais, situação que leva ao suicídio anômico. Por tudo isso, para que a persistência do racismo não continue a barrar a coesão social, faz-se fundamental que o Poder Público crie um órgão específico chamado Órgão Brasileiro Contra Atitudes Racistas, com o objetivo que melhor julgar agressões veladas à cor da pele. Em adição a isso, é imprescindível que o Ministério da Educação implante no currículo escolar a disciplina Ética e Cidadania, com vistas a repassar às crianças valores de respeito às diversas etnias e culturas. E, por último, é mister que ONGs, em conjunto com a comunidade, mobilizem a sociedade a denunciar atitudes preconceituosas à população afrodescendente, porque, como afirmava Bauman: ‘’Não podemos tolerar o que dura’’.