Milhares de negros foram trazidos ao Brasil durante os tempos de colonização e do império até a promulgação da lei Euzébio de Queiroz. O resultado desse processo está presente na sociedade contemporânea, na qual negros e pardos compõem 50% da população brasileira, de acordo com dados do IBGE, o que demonstra a pluralidade étnica do país, uma questão importante no viés cultural, embora as origens dessa diversidade sejam lamentáveis. No entanto, a representatividade desses povos afro-descendentes ainda mostra-se precária, com a manutenção de valores racistas e a persistência da segregação social com base na cor do indivíduo. Embora negros e pardos sejam uma parcela da população tão grande, os ensinamentos nas escolas sobre a história de origem desses povos ainda é muito pobre. Algumas das manifestações como o candomblé ainda são pouco aceitas, ainda que importantes para a diversidade cultural brasileira. A temática afro-brasileira nas instituições de ensino começou a ser ensinada há pouco tempo e ainda se conserva forte ligação com o período escravocrata, embora seja também importante a discussão da história dessas sociedades na África, que é precária se comparada aos ensinamentos de costumes europeus. Além disso, a divisão de classes leva à persistência da segregação racial e há ainda dificuldade para uma maior ingressão de negros em classes mais altas, impedindo uma formação panorâmica social mais igualitária. Ainda que sejam tantos negros no Brasil, apenas 17% estão inclusos na parcela mais rica do país, segundo o IBGE. Mesmo com a política de cotas, o ingresso de indivíduos financeiramente carentes, dos quais a maioria são negros, ainda é muito dificultada pela precariedade das escolas públicas. Outrossim, a preferência de caráter racista das empresas por funcionários brancos persiste, facilitando a persistência do racismo. Diante dos fatos apresentados, é preciso uma medida conscientizadora por parte da mídia que denuncie as disparidades existentes na composição social brasileira, além de explicar a importância das cotas de universidade públicas, da qual ainda existe muita contrariedade da população. O Ministério da Educação precisa estimular um ensino mais aprofundado das origens dos povos afro-descendentes nas escolas. Além disso, o legislativo deve criar lei de cotas para negros nas empresas, tanto públicas quanto privadas, assim como as existentes para mulheres e deficientes, assegurando uma maior diversidade no mercado de trabalho, em prol da igualdade social.