Durante o período colonial brasileiro, muitos africanos foram levados em navios portugueses para terras indígenas. Além disso, no período imperial vários navios lotados de imigrantes italianos e alemães foram embarcados nos portos brasileiros. Como se vê pela história, o Brasil sofreu a miscigenação de várias etnias e culturas. Isso leva ao mundo a noção de que a força do racismo nesse país é muito ínfima. No entanto, não é bem assim. Ainda é fácil se encontrar a presença do racismo na vidas de muitos brasileiros. Apesar de ser um país laico, a desvalorização de religiões que não descendem da cultura europeia ainda é uma realidade. Isso ocorre porque o processo de aculturação aplicada pelos pelos europeus há trezentos anos continua sendo aplicada por muitas instituições cristãs e por pessoas que descendem dessa mentalidade, e que assim, associam as outras culturas com demonização ou inferioridade. Como exemplo disso, tem-se o receio de cristãos - e até ateus - de se relacionar com pessoas praticantes de religiões afro-descendentes. Outro exemplo é a isenção de impostos às igrejas. Na teoria, esse benefício é direito de qualquer instituição religiosa, porém na prática, os únicos beneficiados são as igrejas cristãs. Portanto, embora o processo de aculturação tenha sido realizado há mais de trezentos anos, suas consequências continuam presente na sociedade atual. Ademais, muitas pessoas possuem certo receio de pertencer a uma etnia. Isso ocorre porque o autorreconhecimento é pouco pregado pela mídia e pouco posto em pauta na educação. Joaquim Nabuco, um dos maiores líderes contra a escravidão no Brasil, filho da nobreza patriarcal, não aceitava quando o classificavam como negro - assim como Machado de Assim. Ainda hoje, muitas pessoas também não gostam de ser classificadas dessa forma. Sendo assim, o estimulo ao autorreconhecimento é uma ferramenta importante contra o preconceito racial. Dessa maneira, o racismo ainda é visível na sociedade brasileira. É necessário a mídia passe a incentivar a valorização das religiões não cristã, o autorreconhecimento das etnias e a convivência sem preconceito por meio da música, das novelas e dos filmes. Além disso, é preciso que esse assunto passe a ser posto em pauta nas instituições educacionais, por meio de aulas como ética, sociologia, e aulas de consciência negra e indígena. Com isso, daria-se um enorme passo contra o racismo.