Desde o período colonial, o Brasil exerceu uma forma de relação social baseada na escravidão africana, em que se enraizou uma cultura de inferioridade racial. Entretanto, contemporaneamente a inadmissível estrutura de submissão e preconceito ainda não foi superada, apesar de esforços nesse sentido, dos ares da pós-modernidade e teórico progresso. Dessa forma, combater esta problemática urge como uma imensa necessidade nacional. Este quadro social justifica-se pela ineficiência das leis contra o racismo e pelo predomínio de carência socioeconômica sofrido pela população negra brasileira. Em uma primeira análise, sob a ótica jurídica, o grave quadro de racismo e injúria racial é intrinsicamente, motivado pelo anacronismo das leis e por um sistema punitivo ineficaz, o que acaba fomentando este problema. Nesse sentido, em artigo publicado pela revista Le Monde Diplomatique o jurista e antropólogo Marcello D’Avila, aponta que as instituições punitivas brasileiras não dimensionam a gravidade e a importância desta problemática. Dessa forma, como consequência, a sociedade torna se vitima de uma cultura de injustiça e descrença nas esferas publicas. Ademais, em segundo plano, a intensa desigualdade social foi originada por uma tradição de exclusão da população afrodescendente. Essa motivação histórico- econômica decorre da segregação geoespacial que em paralelo à falta de acesso à educação de qualidade e ao mercado de trabalho fomentam essa restrição social. Nessa perspectiva , em mesmo texto, D’Avila afirma ainda que “Os negros saíram da senzala para morar na favela” por que mesmo depois de 120 anos após assinatura da Lei Áurea não houve um sistema de inclusão social. Desse modo, a imprescindibilidade de superação desse panorama surge como um desafio da pós-modernidade. Desta maneira, com intuito de se reverter esse panorama, a sociedade deve pressionar, por meio de manifestações pela busca da igualdade de direitos, as instâncias legislativas federais para que aprovem repasses às secretarias de Estado maior, a fim de que se implementem reformas sociais e institutos de integração. Ações publicitarias –em mídias como televisão, rádio e internet-, em paralelo devem buscar a conscientização e a mudança desse paradigma. Para assim alcançar se a harmonia.