É de conhecimento geral que o contexto atual em que se vive, tanto no Brasil quanto no mundo todo, não surge do nada, mas é resultado de um longo processo histórico de formação sociocultural. Da mesma forma, práticas como o racismo advêm do período colonial em que certos grupos étnicos foram subjugados ao controle e ao bem querer do homem europeu, o qual se colocava em uma posição de superioridade. A necessidade de ascensão econômica fez com que os colonizadores necessitassem de formas de “sair por cima” e o escravagismo foi esse atalho. A justificação de tais atos por teorias raciais chegam a nós hoje como forma de preconceito que tem suas raízes histórias logo no início do processo de formação do país. Atualmente compartilhamos dessa pluralidade imensa que vem da formação de nossa nação. Movimentos afirmativos, legislações, criminalização do racismo e toda a busca pela reversão do pensamento preconceituoso nos trazem a uma realidade um pouco mais harmoniosa. O fator social tem sido o mais tocante em relação à marginalização da sociedade, porém se presencia a grande concentração daqueles povos inferiorizados como integrantes dessa camada social. Houve uma mudança de realidade e pensamento, mas a naturalização do racismo e as raízes desse preconceito ainda são uma barreira para a superação desse problema. No mesmo cenário em que se vê superação e muitas pessoas de tais grupos ascendendo economicamente, chefiando empresas e em diversas posições de prestígio, ainda nos deparamos com torcedores em um campo de futebol jogando bananas para o jogador negro. Um cenário de contradição como esse nos mostra que a Democracia Racial não passa de teoria. Sendo um problema coletivo ou não, práticas como essa na atualidade são um verdadeiro impedimento para o avanço de uma nação. É necessário que os incisos do Artigo 5° passem a representar uma realidade, não meras palavras. O combate a essa problemática começa na educação de cada indivíduo em casa, assim como na escola e com campanhas para combater esse problema. Mais que isso, a firme aplicação das nossas leis e o governo agindo perante essa situação em conjunto com a renovação do pensamento crítico são quesitos de que precisamos para que o preconceito racial deixe de persistir em nossa sociedade.