Título da redação:

"O Segundo Sexo"

Tema de redação: ENEM 2015 - A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Redação enviada em 05/11/2015

A partir da Segunda Guerra Mundial, a mulher vem ganhando espaço no cenário social e conquistando sua independência. Entretanto, a conquista da sua liberdade não parece ser o suficiente para privá-las de situações de risco, tendo em vista a persistência da violência contra a mulher na contemporaneidade. No Brasil, é importante perceber que as causas dessa problemática estão enraizadas na cultura machista somado a ideologias conservadoras. Diante a esse cenário, o chamado sexo frágil é submetido a violações desde físicas a emocionais que estão descumprindo a Declaração dos Direitos Humanos, mostrando, assim, a necessidade de maior rigidez das leis que amparem essa minoria. Primeiramente, é importante refletir acerca das causas dessa problemática. Consoante às ideias da filósofa Simone Beauvoir, a atuação da mulher na sociedade não é determinada biologicamente, e sim construída ao longo do tempo na esfera social. Pode-se notar isso desde a infância, a qual garotas crescem diante ao sexismo que segrega deveres –muitas vezes associadas aos afazeres domésticos. Isso de certa forma contribui para uma visão estereotipada da mulher como sexo frágil. No cenário tupiniquim, outro agravante para um olhar secundário da mulher na sociedade está ligada a história do país. Desde o ciclo da cana de açúcar, a sociedade tem características patriarcais, o que resultou numa dependência financeira de algumas, o que somado a ideologias conservadoras têm contribuído para a inferiorização da mulher. Por conseguinte, as mulheres são submetidas a situação de violências em sua maioria física e psicológicas. Um fator que assusta é que segundo o Conselho Nacional de Justiça, a maioria das denúncias pelo telefone é de mulheres agredidas pelos companheiros. Além disso, muitas são violentadas até nos transportes públicos do país, mostrando a dimensão que o problema tem. Nessa instância, as leis que amparam essa minoria como a Lei Maria da Penha e a recente Lei do Feminicídio tornaram-se aliadas no combate desse mal, mas só elas não são suficientes. Diante aos aspectos mencionados, pode-se notar a dimensão dessa problemática. Dessa forma, cabe ao Governo ampliar a penalidade dos agressores e aumentar a eficácia das leis. Além disso, a Família possui papel importante no combate do sexismo que assola as crianças por meio de debates e conversas. Por outro lado, a Mídia poderá ajudar na divulgação de campanhas que ajudem na captação de mais denúncias. Entretanto, uma das maiores contribuições seria das Escolas, que segundo Paulo Freire têm papel importante na transformação da sociedade, por meio de palestras que incentivem a conscientização do Indivíduo. Assim, a mulher poderá deixar de ser vista na sociedade como denunciou Simone Beauvoir no seu livro “O Segundo Sexo”.