Sérgio Buarque de Holanda, em seu livro “Raízes do Brasil”, defendeu a tese de que para o país avançar, deveria romper com o legado da colonização. Tendo em vista o atual panorama de violência contra a mulher, acredita-se que a Terra de Vera Cruz ainda possua problemas complexos. Nessa perspectiva, compreender que a existência de uma sociedade Patriarcal e o receio de realizar denúncias formam as variáveis dessa problemática é o primeiro passo. Em primeira instância, é preciso analisar a sociedade brasileira como Patriarcal e por isso altamente machista. Apesar das origens distantes da subjugação da mulher, a mesma perdura até os dias de hoje. Salários mais baixos, objetificação e violência são apenas algumas das consequências de uma sociedade pautada na inferioridade feminina. O machismo oriundo do sistema Patriarcal está impregnado em todos os setores da população, sendo o responsável pela violência contra a mulher, pois no momento em que o feminino é visto como insuficiente, essa torna-se naturalizada. Essa equação, contudo, não está completa. É preciso compreender também que o medo da denúncia é uma variável relevante no complemento desse raciocínio. Muitas mulheres passam a vida sendo agredidas por seus companheiros porque têm medo das consequências que uma denúncia pode gerar. Ameaçadas diariamente, receiam que caso peçam ajuda, algo pior aconteça. Além do mais, existe a vergonha e a humilhação de encontrar-se violentada, o que faz com que mais vítimas guardem essas experiências para si mesmas. Apesar do número de denúncias ser inferior ao de casos, as condenações continuam com percentual baixo. Das denúncias de estupro, apenas 1% chega ao Tribunal. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas para reverter esse quadro. Primeiramente, cabe a instituições como a Secretaria de Políticas para as Mulheres a realização de campanhas que incentivem a denúncia de agressores, por meio de panfletagens e anúncios. Ao Governo, cabe a criação de um programa eficaz de proteção às vítimas de violência, para que diminua o receio em denunciar. Já nas escolas, é necessária uma maior discussão do tema, por meio de palestras e debates, para a formação de alunos conscientizados. Conforme afirmou o filósofo Confúcio, “repetir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros”. Através da mobilização dos devidos agentes, novos erros serão evitados e a nação brasileira caminhará para a resolução desse problema, deixando claro, cada vez mais, a beleza de suas raízes.