A dinamização das relações pessoais no mundo contemporâneo se caracteriza pela polarização da dominância de gênero em nosso cotidiano. A imposição de regras e valores pelos homens às mulheres, gera como consequência o usufruto de práticas intolerantes e excludentes ao caráter feminino em sociedade. Tal aspecto afeta diretamente a integridade física e psíquica da mulher, tornando-a vítima de uma realidade cada vez mais repugnante. Sob a perspectiva de uma maior articulação social, promovida por uma série de fatores, tais como a inserção da mulher ao mercado de trabalho e a crescente independência socioeconômica feminina, é natural que sua legitimidade perante tais conquistas seja denegrida por atitudes preconceituosas, como o abuso sexual em ambientes de trabalho e a disparidade salarial entre homens e mulheres. Como resultado de tal situação, muitas mulheres mostram-se apáticas à denúncia dessa violação de seus direitos, impossibilitando a contextuação ampla dos casos. Com o intuito de se amenizar os impactos do machismo, assim como coibir suas ações autoritárias, a elaboração da Lei Maria da Penha permitiu às mulheres, ainda que não em sua totalidade, maior segurança e liberdade individual. Com um gradativo crescimento no número de relatos, previamente impossíveis devido à censura de expressão imposta pelos homens, os casos de agressões físicas e verbais foram à conhecimento público, escancarando o verdadeiro sentimento de repúdio feminino em âmbitos nacionais. Em virtude dos argumentos apresentados, deve-se, portanto, incentivar a mobilização de campanhas por parte de ONGs e órgãos governamentais, a fim de implementarmos a conscientização junto à população sobre a importância da luta pelo convívio pacífico e harmônico entre os gêneros sexuais. A fiscalização do cumprimento da lei é imprescindível ao alcance de tal objetivo, através da capacitação e instrução da segurança pública à tomar medidas efetivas, visando a extinção da violência contra a mulher e do feminicídio em nosso meio social. A coexistência da paz e da tolerância é de vital importância à viabilização da aceitação e concessão de direitos inerentes à liberdade humana, em detrimento da repressão e aversão às mulheres no cotidiano.