Apesar da implantação estatal de diversas medidas para acabar com a violência contra a mulher, o feminicídio no Brasil tem crescido de maneira progressiva. Logo, é perceptível a necessidade da reformulação das leis que a amparam, bem como o aumento de propagandas instrutivas, a fim de reverter esse triste quadro. Ao afirmar que a sociedade depende das mulheres e que todas as nações que as isolem são insociáveis, Voltaire deixa nítida a relação de dependência entre a harmonia social e a participação feminina igualitária em um país. Contudo, dados do Conselho Nacional de Justiça explanam uma realidade que difere da frase do pensador: quase meio milhão de processos envolvendo a Lei Maria da Penha fora computados entre 2006 e 2013. Diante disso, nota-se que, apesar do longo caminho percorrido em busca de um tratamento equiparado, as mulheres ainda são inferiorizadas devido a uma séria deturpação de valores, como o machismo e a misogenia. Além disso, as vítimas convivem com medo, pois, na maioria das vezes, convivem com seus agressores sob o mesmo teto, o que dificulta a possibilidade de denúncia sem riscos. Tal fato mostra a realidade de milhares de brasileiras que sofrem caladas, e têm seus direitos feridos. Desse modo, a atuação pública deve surgir, fazendo valer a premissa legal de que todo o homem – e mulher – tem direito a dignidade. Cabe ao Estado, portanto, aderir a penas maiores ao descumprimento da Lei Maria da Penha, por meio de uma promulgação nacional. O governo, por sua vez, deve maximizar o investimento em campanhas midiáticas conativas, que informem, de forma detalhada, sobre como tratar a problemática. Por fim, a população tem o dever de realizar denúncias a qualquer abuso contra a mulher, por meio do canal anônimo já existente. Assim, será possível ver uma nação de direitos respeitados entre homens e mulheres, da qual Voltaire poderia se orgulhar.