Em séculos passados, era rotineiro o homem ter o “direito” de agredir e subjugar sua mulher por seus comportamentos, porém a sociedade atual constitui-se de uma base já diferente, em prol de uma igualdade entre os gêneros. A violência contra a mulher na sociedade brasileira ainda está enraizada em nossas bases, o que acarreta em um alto número de atos contra a integridade da mulher, tanto física quanto psicológica, e que continua a crescer apesar dos diversos programas governamentais voltados para a proteção e auxílio das mulheres. O Brasil possui em seu histórico uma sociedade machista, em que as mulheres só obtiveram o direito a voto na década de 30, durante a Era Vargas. A participação das mulheres em centros de estudo no Brasil só foi permitida após a independência, porém seus estudos se limitavam apenas ao nível fundamental, estando estas proibidas de frequentarem universidades. Durante todo este período aristocrático brasileiro a mulher foi tratada como um gênero inferior e objetificado, estando sob o comando da sociedade governada por homens. A primeira delegacia da mulher no Brasil foi criada em 1985 e, com sua expansão, esta instituição trouxe maior proximidade para com a mulher que sofreu violência, pois esta comumente torna-se insegura em relação a exposição do ocorrido, sendo este um marco para o início das tentativas de aumento da segurança da mulher brasileira. A Lei Maria da Penha surge posteriormente, com o objetivo de aumentar o rigor das punições sobre violência domiciliar e familiar. Apesar de sua função, as punições ainda são prejudicadas pelo lento serviço de justiça brasileiro, que acaba por arrastar processos judiciais por anos. A violência contra a mulher no Brasil é além de tudo, uma característica desta sociedade, ainda não totalmente modificada quanto ao repúdio para com a violência com a mulher, o que indiretamente proporciona um clima favorável a estes acontecimentos. O sociólogo francês Émile Durkheim afirma que a sociedade baseia-se em fatos sociais, que consistem em maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo e dotados de um poder coercitivo em virtude do qual lhe impõem, e assim, estes casos de violência refletem as próprias caracteiristicas do meio social brasileiro. Diante destes pensamentos, a necessidade da transição da sociedade brasileira para com a proteção da mulher torna-se primordial. É função do Governo Federal, juntamente com as esferas Estaduais e Municipais, investir em programas de conscientização dentro dos espações públicos, para que ocorra a mudança de pensamento ainda arcaico da população. O aperfeiçoamento do aparato jurídico dos casos de violência feminina, através da redução da burocracia para com estes, pode tornar os processos judiciais menos desgastantes para as vítimas, juntamente com o incentivo a formação de ONGs de apoio a mulheres violentadas, lutando assim por um Brasil mais igualitário.