Olhando por uma perspectiva histórica, impressiona e inquieta-nos as diversas formas de submissão a que foram mantidas as mulheres na sociedade brasileira. Inicialmente sob a égide suprema do patriarca no Brasil colônia, apenas com o advento da constituição de 1932, quase 40 anos após a proclamação da República, as mulheres passaram a ter o direito fundamental de se manifestar através do voto. Não obstante, apenas nos últimos 20 anos passaram a ter acesso efetivo ao mercado de trabalho, apesar de, na maioria dos casos, possuírem uma média salarial inferior a um homem de mesma idade e qualificação profissional. Logo, não nos impressiona o alarmante crescimento dos índices de violência contra as mulheres, que são agredidas de diversas formas diariamente, no trabalho, nos estabelecimentos de ensino e até mesmo em casa, quando são vítimas do próprio parceiro. Esses atos atestam, sobretudo, que as mulheres não se encontram no mesmo plano igualitário que os homens na sociedade brasileira atual. Diante disso, a sociedade civil tem se organizado e vem conquistando avanços importantes, como a lei maria da penha, que garante penas mais severa àqueles que agridem mulheres. Entretanto, a prática jurisdicional não tem sido efetiva, e pouquíssimos agressores estão sendo levados a julgamento, o que corrobora a sensação de impunidade e desestimula as mulheres a buscarem seus direitos. Assim sendo, é fundamental que o poder judiciário crie varas específicas no combate à violência contra a mulher, com o intuito de tornar a justiça mais célere. Além disso, é mister que o estado promova campanhas que atestem a plena igualdade da mulher na sociedade brasileira, buscando coibir essa e todas as outras nefastas formas de submissão.