Os jovens, para evidenciarem-se no cenário social, utilizam-se da lógica capitalista: o consumo desenfreado. Mesmo sem recursos financeiros, eles não medem esforços para conseguirem o objeto de desejo, o que pode, muitas das vezes, abolir seus princípios e valores. Nos séculos passados, a ostentação já se fazia presente na sociedade. Apenas os que possuíssem melhores recursos financeiros poderiam participar dos acontecimentos da vida política e cultural do país. Nos tempos atuais ela ainda é a estabelecedora das relações entre os indivíduos, em que os sentimentos amorosos são substituídos pelo amor aos bens materiais. Esse fato exemplifica os altos índices de separação, no qual o tempo de duração de um casamento é pouco mais de um ano, contribuindo para a desconstrução dos valores da instituição familiar. Além do mais, ela é a porta de entrada para a marginalização dos jovens. Como boa parte da população não dispõe de condições financeiras para ostentarem marcas publicitárias, os adolescentes veem o mundo do crime e do tráfico de drogas como meio fácil e rápido de conseguirem esses objetos de desejo. É crescente o número de jovens envolvidos no mundo criminal, o que torna a redução da maioridade penal tema amplamente discutido em sociedade. Enfim, é perceptível a inversão de valores da maioria da juventude, que pouco se preocupa com os acontecimentos da vida política, cultural e financeira do país. Base importante para essa mudança é a educação familiar, que fundamenta as primeiras noções de relações entre os indivíduos em comunidade. Também é necessário que sejam ofertados, cada vez mais, oportunidades de ascensão social das classes mais abastadas, procurando estabelecer um equilíbrio entre as camadas da população, diminuindo assim sua segregação.