Consumismo, em seu sentido denotativo refere-se ao ato de ter, possuir algo material. Nas sociedades contemporâneas o significado vai além disso, está vinculado à ostentação, à necessidade do sentimento de superioridade, a busca incessante por mostrar que se pode participar da cadeia consumista. Isso pode ser claramente percebido na mídia, já que as propagandas visam ao consumismo. O capitalismo tem forte influência nessa forma de pensamento. De acordo com Marx e Engels, os meios materiais moldam os indivíduos, o que, consequentemente, resulta em uma luta de classes, dado que sempre haverá uma disputa pelo poder. Assim, quem não é detentor desses poderes é explorado pelos donos dos meios de produção. Desse modo, sem conseguirem ascender socialmente, tentam, por meio de roupas de marca, joias, e outros acessórios de luxo, mascarar essa desigualdade, ostentando um dinheiro que muitas vezes sequer têm. Não é apenas nos dias de hoje em que o ter antecede o ser, essa situação pode ser percebida quando os pais da filha escolhiam seu noivo. Os principais critérios eram a classe e o status social, muitas vezes a moça se casava sem nem realmente conhecer o homem. Apesar de atualmente podermos escolher nossos parceiros, a situação continua a mesma, continuamos por julgar as pessoas, não pelo que elas são, mas pelo que elas possuem. O funk é um exemplo marcante da ostentação, esse estilo de música traz consigo a subordinação e o interesse monetário das mulheres para com os homens. Na música Plaque de 100, do Mc Guimê, no trecho “Com os brilho das joias no corpo de longe elas mira” pode-se perceber o retrocesso a uma sociedade patriarcal e machista, em que a mulher é inferior, na qual sua única função é satisfazer os homens. Portanto, é preciso valorizar o ser em sua essência, se desprender desse consumismo exagerado, para que dessa forma, deixemos de ser alienados, influenciados pela indústria cultural e possamos desenvolver valores espirituais e morais que contribuam para uma real qualidade de vida.