Título da redação:

Cultura de Consumo

Tema de redação: A ostentação e o consumismo.

Redação enviada em 08/05/2015

A massificação do consumo tem demonstrado ser um dos grandes problemas a ser enfrentado pela sociedade contemporânea. No cenário brasileiro, os notáveis avanços na distribuição de renda, no acesso ao crédito e, consequentemente, a ascensão da classe C tem uma relação direta com o fenômeno da ostentação e do consumismo nos últimos 10 anos. Portanto, é imprescindível uma reflexão acerca do contexto mercadológico e da influência da mídia no comportamento do consumidor, porque eles são, indubitavelmente, desafios para o Estado Democrático de Direito. Sob esse enfoque, a partir dos anos 90, a globalização entrou em um ritmo acelerado, abrindo novas oportunidades no quadro social de mercado, inclusive, nas nações em desenvolvimento. No Brasil, houve um avanço gigantesco das políticas sociais relacionadas à distribuição de renda. Por exemplo, na última década, o valor do salário mínimo cresceu 72%. Sendo assim, essa transformação na realidade capitalista nacional potencializou, também, a competitividade entre as empresas, porque o número de potenciais consumidores foi ampliado. Portanto, a busca por vultosos lucros e estabilidade mercantil resulta em um contexto mercadológico e cultural, o qual influencia fortemente os padrões de consumo e de comportamento, determinando as relações sociais. Como consequência de tais fatores, a mídia corrobora a sociedade do hiperconsumo, na qual as mercadorias que são consumidas adquirem um novo perfil, não fornecendo apenas um estilo de vida específico ao consumidor, mas também símbolos de status. Desse modo, os indivíduos, independentemente da classe na qual estão inseridos, adquirem objetos não por sua utilidade ou necessidade, tornando o consumo subjetivo ou, muitas vezes, um instrumento de destaque social. Portanto, a mídia utiliza o seu poderio de abrangência para induzir, direta ou indiretamente, tendências e padrões, muitas vezes, inatingíveis, tendo como base a capacidade de conquistar o interesse da população, sem, no entanto, trabalhar o caráter crítico. Ademais, o consumo exacerbado gera impactos ambientais extremamente negativos, porquanto a obsolescência programada, a qual consiste na diminuição da qualidade e, consequentemente, na vida útil dos produtos e a obsolescência perceptiva, na qual os fabricantes lançam produtos com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais para estimular a frequente aquisição de novos modelos, tem uma relação direta com a problemática do lixo. Em síntese, o Estado brasileiro ainda se encontra em fase embrionária, carente no que se refere a medidas eficazes para conter o consumo desenfreado e imprimir-lhe sustentabilidade. Desse modo, é papel do governo a implementação da disciplina de educação em economia no ensino fundamental, por intermédio da interdisciplinaridade entre História da Economia, atualidades do sistema econômico mundial e Matemática Financeira e a realização da Campanha Nacional do Consumo Sustentável, com foco na conscientização da importância de três diretrizes: reduzir, reutilizar e reciclar. Além disso, a atuação de órgãos que regulamentam a mídia com a participação da sociedade civil, como é o caso do Conselho Nacional da Autorregulação Publicitária, deve ter uma representação efetiva em cada Estado, pois ela representa uma ferramenta de ação direta. Portanto, o desenvolvimento sustentável, por meio de medidas em prol do coletivo em detrimento do consumismo e da ostentação individual, representa a primazia da consecução de um país, de fato, mais próspero.