Título da redação:

Contraponto da mídia

Tema de redação: A ostentação e o consumismo.

Redação enviada em 30/06/2015

Livremente traduzido da Língua Francesa, “Sans-Culottes” significa “sem calção”. Assim eram chamados os artesãos, trabalhadores e pequenos proprietários participantes da Revolução Francesa, principalmente em Paris. O culote era um calção justo que se apertava na altura dos joelhos, vestimenta típica da nobreza naquele país à época da Revolução. Atualmente, assim como na França da Idade Moderna, aqueles que não têm condições para praticar ostentação são sempre mal visto e até mesmo ridicularizados através de apelidos. O “marketing” da ostentação é uma realidade, e o será por muito tempo, pois hoje, mais do que tudo, a sociedade se interessa por consumir aquilo que os olhos desejam, mesmo que o bolso não permita ter. Não faz muito tempo, noticiou-se uma dessas caricaturas do acúmulo, ruir entre iates e carros luxuosos, nem mesmo o juiz responsável pelo caso de Eike Batista – empresário brasileiro – resistiu ao fascínio de sair pelas ruas pilotando um “porshe” branco, como nos fantasiosos clipes de funk ostentação. Algo que mais é valorizado pela atual sociedade brasileira é o que as pessoas têm e não quem elas são, pois a mídia prega e vangloria o consumo exacerbado, que, consequentemente, é acatado pela sociedade manipulada. As pessoas se veem excluídas ao não participar da moda recente. Para muita gente, Jung Mo Sung – teólogo e cientista da religião – estava certo quando disse mesmo que em um tom de crítica “É obsceno, mas é bom ter algo de que poucos têm!”. Com isso, muitos utilizam até mesmo o dinheiro do alimento para fazer parte da “nobreza” contemporânea, já que, segundo dados do IBGE, (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o brasileiro gasta mais com produtos de beleza do que com comida. Fica claro, portanto, que é necessária reversão de valores através da exclusão de comerciais supérfluos, por parte da mídia, e inclusão de comerciais que mostrem que o necessário não é o que as pessoas têm, e sim quem elas são. Os indivíduos – pais – também podem contribuir para a formação de pessoas não manipuláveis, através de educação domiciliar, dizendo às crianças sobre os princípios os quais formam um bom cidadão, porém, enquanto isso não ocorre, o brasileiro poderá se orgulhar de ser um povo extremamente manipulável, que simplesmente atende aos anseios da classe manipuladora – mídia.