No século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, inicia-se uma fase de intensificação do capitalismo no mundo ocidental. A produção em massa das indústrias sob o modelo fordista, fez o consumo exagerado se tornar prática comum no dia a dia das pessoas. Já no século XX, com o fim da Guerra Fria e a desintegração da União Soviética, o modelo capitalista se torna quase onipresente no mundo, fato responsável pela acentuação do consumismo na sociedade. Segundo o escritor brasileiro Augusto Cury, "os pais devem preparar seus filhos para ser, pois o mundo os prepara para ter". Essa frase demonstra o quanto as pessoas estão se tornando frívolas e supérfluas, pois passam a valorizar mais a posse de produtos e ostentação de marcas do que a personalidade e caráter dos indivíduos. Isso gera um ciclo vicioso, definido por George Orwell que afirmou que "as massas mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla as massas". O Brasil é o maior mercado consumidor da América Latina, fato que atrai empresas de todo o mundo em busca de acumulação de capital. No entanto, de acordo com o Banco Mundial, aproximadamente 10 milhões de pessoas vivem em situação de extrema pobreza no Brasil, o que representa 5% da população do país. Esses dados comprovam o quanto a sociedade brasileira ainda é desigual e constata o fato do capitalismo provocar exclusão social e concentração de riquezas. Além da disparidade provocada pelo consumismo, essa prática também afeta o meio ambiente, pois aumenta consideravelmente a produção de lixo no mundo, o que gera um problema de como fazer para descartá-lo. E principalmente, o consumo exacerbado provoca a banalização das relações interpessoais, que ficam relegadas a segundo plano, como afirmou o sociólogo Karl Marx, "a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas." Diante dos fatos apresentados, conclui-se que é preciso tomar algumas medidas com o objetivo de atenuar a prática consumista e os efeitos causados por ela. O poder público deve criar leis que visem impedir a difusão de propagandas que deliberadamente incentivam o consumismo na sociedade. Além disso, o Ministério da Educação pode implantar nas escolas aulas de geopolítica e economia, de modo que as crianças aprendam a ver os efeitos negativos do consumismo, formando cidadãos críticos e bem informados.