Título da redação:

Coisificação Humana

Tema de redação: A ostentação e o consumismo.

Redação enviada em 12/06/2017

As sociedades detêm conjunturas de leis que as administram. Quando se adentra ao cotidiano do corpo civil, é perceptível que esse possui padrões, principalmente a partir da segunda metade do século XX com expansão maciça da televisão pós Segunda Grande Guerra. Com a elevação da mídia e a fácil disseminação de "ideais", a aparência se impôs acima da existência, criando uma geração que vive "ditaduras" de modelos influidos pelas convicções capitalistas. Segundo o escritor Guy Deborde, em sua obra "A sociedade do espetáculo", os indivíduos contemporâneos buscam parecer acima de existir. Não é preciso necessariamente ter, mas apenas aparentar possuir, para dessa forma se sentir inserido. Essa realidade é de fácil de percepção. Com o dilema de que magreza é sinônimo de saúde e de autocuidado, os jovens optam por caminhos periféricos, como o desencadeamento de bulimias e anorexias, a fim de dispor da "escravidão" corporal, caracterizando certa hipocrisia. A situação é tão alarmante que, segundo dados da revista BBC, surgiu na China uma moda denominada "desafio da folha A4", na qual milhares de indivíduos possam foto mostrando possuir a cintura mais fina que a largura da folha, ou seja, mais um fator capaz de levar os jovens a cometerem atos extravagantes. Quem se beneficia com esta alienação são as grandes empresas que lançam no mercado produtos "milagrosos" e, com a ajuda da mídia, alcançam os variados públicos. Tais proposições revelam que o corpo social está cada vez mais efêmero, fluido, como postulou o sociólogo Zigmunt Bauman. Isso demonstra que os seres estão dissipando sua humanidade. Diante da objetificação humana e dos padrões inalcançáveis, surgem movimentos de contestação, como o projeto feminista, o qual busca desmistificar os conservadorismos e pregar a igualdade de tratamento frente às diferenças físicas. Este planeamento torna-se pertinente uma vez que com a práxis de padrões, os seres se tornam "bonecos", perdendo a autenticidade, sendo esta sufocada por estímulos externos. Com a luta instaurada, consegue-se mais artifícios contra as formas discriminatórias. Em contrapartida, tais discriminações ocorrem de forma velada, uma vez que as normas vigentes as condenam, tornando o combate mais árduo. Destarte, é cognoscível que o ser humano, devido à sua alienação, é levado a compactuar com convicções propostas pelos veículos de informação. Assim, faz-se necessário que a família aborde, por meio do diálogo, que o consumismo exagerado e aderir a toda moda que surge é prejudicial. É de papel do Ministério da educação implantar na grade curricular obrigatória a matéria educação financeira, para desta forma já educar os cidadãos de forma consciente. Dessa forma, a sociedade caminhará rumo a políticas de bem-estar social.