Atualmente, o funk ostentação é febre entre os jovens brasileiros de periferias, que fantasiam nas letras dessas músicas uma realidade oposta da qual vivem. A moda de ostentar uma riqueza inexistente tem influenciado no comportamento da sociedade brasileira, escancarando não só o contraste econômico presente no país como a imaturidade da população em relação a questões sociais. O estilo do atual funk brasileiro assemelha-se esteticamente ao hip-hop norte-americano dos anos 90, que tinham artistas ostentando ouro, diamante e carros invejáveis, porém, diferentemente dos MCs brasileiros, os rappers dos Estados Unidos estão engajados e comprometidos com a questão racial e social presentes naquele país. Embora sejam países de contextos históricos distintos, a comparação torna notória a imaturidade dos brasileiros ao preferirem fantasiar um estilo de vida impossível e restrito a uma minoria privilegiada do que refletir e adentrar às raízes da desigualdade econômica e social. Além disso, as mídias brasileiras, aliadas a moda da ostentação oriunda das letras de funk, têm influenciado no comportamento da sociedade ao transmitirem em suas programações o enriquecimento fácil e descabido, a valorização de bens materiais supérfluos e a falta de comprometimento social por meio de personagens de novelas, filmes e séries que desempenham papel de formação de opiniões e valores sociais. Desse modo, a fiscalização do governo em relação as programações de TV torna-se necessária, tendo em vista que os veículos de comunicação são mecanismos que influenciam no comportamento da sociedade e, por essa razão, devem receber apoio do Ministério da Cultura para o desenvolvimento de projetos educativos. Somado a isso, cabe a sociedade refletir e observar a realidade vivenciada no país para questionamento do contraste social brasileiro.