Ao analisar o tema sobre o consumismo , observa-se que ele se tornou um problema atual. Todos os anos milhões de pessoas são atingidas pelos impactos ambientais ocasionados pelo consumo excessivo de mercadorias. As ações antrópicas, além de causar desequilíbrio da fauna e da flora, também são prejudiciais para o próprio homem, dado que muitos produtos industrializados geram como resíduos substâncias tóxicas, como minério de ferro e o dióxido de silício, utilizados -respectivamente- na produção de aço e aparelhos eletrônicos. Tais compostos, quando inalados ou depositados nos lençóis freáticos , contribuem para o desenvolvimento de doenças hereditárias como câncer e distúrbios neurológicos, fazendo com que comunidades inteiras sejam prejudicadas por conta da exploração inadequada desses recursos. Segundo uma pesquisa realizada pelo jornal Folha de São Paulo, em outubro de 2017 , a quantidade de lixo tecnológico produzido no Brasil aumentou 15% em relação ao ano anterior. Assim sendo, observa-se que, mesmo após as inúmeras campanhas de conscientização relacionadas ao consumo consciente, o país não foi capaz de reduzir o acúmulo de materiais gerado pelo consumo inconsciente. Analisando essas informações, pode-se dizer que o aumento da porcentagem de lixo eletrônico gerado pelo país está diretamente relacionado à obsolescência programada, ou seja, ao tempo de vida útil que um determinado produto possui, pois para manter os lucros, os fabricantes disponibilizam no mercado aparelhos eletrônicos que se tornam obsoletos em poucos meses de uso, fato esse que pode ser considerado como o principal contribuinte para que o consumidor adquira novas mercadorias em um curto intervalo de tempo, gerando danos muitas vezes irreparáveis ao meio ambiente e aos indivíduos ligados à cadeia produtiva. Ademais, outro fator que dialoga com essa triste realidade refere-se aos impactos ocasionados por instituições públicas e privadas que retiram recursos do solo, como minérios e diamantes, para abastecer o consumo nacional por ouro,ferro,prata e cobre. Um exemplo desse retrocesso social aconteceu em Mariana, em que o Ministério Público local abriu um inquérito para investigar as causas do rompimento de uma barragem que estava sendo fiscalizada pela minerador Samarco. Na ocasião, centenas de pessoas foram soterradas e tiveram suas casas destruídas devido ao excesso de lama liberado após o incidente. Com isso, nota-se a importância de medidas protetivas de urgência, como a ampliação da fiscalização dos órgãos públicos responsáveis pelos laudos que possam indicar irregularidades no local,pois só assim crimes ambientais como esses podem ser evitados. Dessarte, para que seja possível minimizar os efeitos ocasionados pelo consumo exacerbado, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado. Além disso é preciso que o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Polícia Civil, crie uma ouvidoria pública online que registre denúncias anônimas de lixo depositados em lugares inapropriados e investigue-os, preservando a identidade e integridade dos delatores, posto que, agindo dessa forma, a problemática será atenuada , e a influência desses dados será minimizada. Outrossim, é dever do Poder Judiciário, por meio de uma emenda constitucional aprovada na câmara dos deputados, tipificar como crime a construção de barreiras que visam conter o acúmulo de lama gerado na exploração de minerais sólidos, visto que tais construções estão propensas ao rompimento iminente, provocando danos incalculáveis ao meio ambiente.