As mais diversas religiões se espalharam pelo Brasil nesses últimos 500 anos. Desde as religiões africanas, que vieram junto dos navios negreiros no século XVII, até a religião judaica, a religião islâmica e diversas outras. Há então uma grande herança cultural e religiosa hoje presente no Brasil, e acompanhado a essa herança existe a intolerância. Em um país que a educação é precária, é de se esperar que hajam indivíduos desprovidos de conceitos de ética, moral e liberdade, e que por isso discriminam fiéis das mais diversas religiões. É importante entender que a intolerância religiosa é uma herança histórica passada de pai para filho, e assim por diante. Assim como outras formas de discriminação, ela se manifesta de forma mais presente nos indivíduos que não adquirem a educação ideal à ideia de uma sociedade miscigenada. Dessa maneira, quanto menos o Estado investir em educação, mais se terá a intolerância, o preconceito e a discriminação, e cada vez mais haverá a banalização de tais atos. Desde os primórdios da população brasileira, houve a imposição de uma religião específica ao povo. No caso, os portugueses, ao chegarem às terras brasileiras, se encontraram com os índios, e acreditaram que ali tinham uma missão divina: levar a fé católica aquele povo bárbaro. Houve então todo um processo de introdução da fé católica no Brasil. Criou-se então uma ideia banal de que a fé católica é soberana, é a correta. Com o passar dos séculos, diversas outras religiões adentraram o território brasileiro, mas o fizeram de maneira minoritária, ou seja, pequenos grupos. A população brasileira agiu da mesma maneira que os portugueses e não enxergou nas outras religiões a ideia da igualdade, de que assim como eles haviam seu criador, os outros povos haviam os deles. Foi-se então criando a intolerância e, por ser algo tão enraizado na história do Brasil, é complicado de uma hora para outra terminar. Trata-se então de um processo longo e demorado, mas que não deve ser deixado de lado e que deve também ser conscientizado e debatido ao longo de todo o país. O Estado deve agir como uma importante ferramenta de conscientização à população brasileira. Deve propor nas escolas e universidades debates e aulas a respeito da história das religiões no Brasil e a importância da diversidade, tanto religiosa quanto cultural, na sociedade que vivemos hoje. As mídias devem tomar cuidado com a veiculação de propagandas e publicidades que ofendam, de alguma maneira, qualquer religião, e ainda devem incentivar a tolerância através de programas, propagandas, publicidades, etc. A sociedade principalmente não deve tolerar a intolerância, então cada cidadão deve agir como um "fiscal", observar tanto os próprios atos em relação ao outro quanto observar a maneira como os outros se relacionam, e, caso haja a intolerância em alguma relação, deve-se discuti-la e conscientizar o próximo a respeito desse ato.