Por mais que o Brasil seja um país miscigenado, formado por várias culturas e crenças, e laico, têm demonstrado casos agressivos e violentos de intolerância religiosa. Esses fatos não tão recentes estão presentes na história desde a colonização portuguesa, porém muitos casos ainda são camuflados. Conflitos armados motivados pela religião, como ocorrem no Oriente Médio ou na Índia, felizmente não ocorrem ou ocorreram no Brasil. Porém, assim como o preconceito, a intolerância religiosa cresce exponencialmente no país e, muitos casos não são expostos ficando desconhecidos. Mas o ocorrido no mês passado, no qual uma menina de 11 anos, praticante do candomblé, foi insultada e apedrejada na cabeça por dois homens de outra religião, demonstra à ignorância, o fanatismo, a intolerância e o desrespeito da sociedade uns com outros, um problema social. Essa intolerância é histórica. Desde a colonização do Brasil, os escravos eram proibidos de dançar e orar, assim como os indígenas, que foram obrigados à catequização. Mas o que muitos deveriam saber, é que a Constituição Federal consagra como direito fundamental a liberdade de religião, como todos os nossos outros direitos. Dessa forma, a intolerância religiosa é mais um problema ético, social, preconceituoso, presente na sociedade brasileira. Um ato retrógrado, de ignorância. Cada indivíduo tem a livre escolha de sua crença. E ainda, com certeza cada religião possui dentre seus dogmas, o respeito ao próximo. Portanto, essas ações devem ser punidas tanto pelas entidades religiosas quanto pela justiça e, deve-se haver uma reeducação, para as pessoas aprenderem a caminharem juntas mesmo com objetivos diferentes em uma causa maior.