"É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito" dizia Albert Einstein. Ainda mais quando este está atrelado à alguma crença religiosa. A intolerância religiosa sempre existiu no decorrer da história e em vários países, por exemplo, a constante luta entre judeus e palestinos ou as cruzadas de cristãos contra muçulmanos. Contudo, a realidade brasileira revela-se paradoxa quanto a esse tema, visto que ocorreu aqui um sincretismo religioso de crenças oriundas de praticamente todos os continentes, logo, não deveria haver intolerância e conflitos entre elas. Mas, infelizmente, há aqueles fundamentalistas radicais que pensam possuir um direito divino e se julgam superior à tudo e todos e comentem ações violentas contra aqueles que consideram "indignos". Estas revelam-se por meio de ataques a igrejas, terreiros ou cultos, agressões físicas e verbais aos praticantes de determinada fé e a histórica perseguição as doutrinas africanas sob o pretexto de que são satânicas - de acordo com o viés cristão. Mesmo assim, nenhuma fé pode justificar o ódio e violência praticados a outrem, sobretudo em um país laico e que garante total liberdade de crença e prevê punições para quem desrespeitar este direito. Portanto, é de se esperar que haja uma participação efetiva do Estado a fim de garantir os direitos e dignidade do indivíduo, além de penalizar aqueles intolerantes s suas atitudes radicais. Cabe também as próprias instituições religiosas e seus líderes orientarem seus fiéis ao bom convívio e não incitá-los ao ódio, além da própria pessoa ter consciência da realidade pluralista religiosa no país e não, necessariamente, concordar, mas sim tolerar e respeitar essa diversidade.