Uma onda de ataques a diferentes grupos religiosos vem se tornando destaque nas principais notícias do país. O Brasil é um país religiosamente diverso, porém com tendência à perseguição religiosa, mesmo sendo um Estado láico e pregar em sua constituição que nenhuma religião deve ter o poder de exercer controle ou interferir em questões políticas. Observa-se na prática que essas questões não são levadas em consideração e esse crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana se faz presente na sociedade brasileira. O Brasil é um país que possui uma rica diversidade religiosa em função da miscigenação cultural, fruto de diversos fluxos migratórios. Esse processo gerado também pela repulsão no continente europeu devido à Revolução Industrial, ocasionou então, a vinda de imigrantes em busca de novas oportunidades de trabalho acarretando para o Brasil novas estruturas de bases econômicas, políticas, culturais e, sobretudo, na formação identitária do país. Desse modo, estabeleceu-se diferentes grupos, desencadeando então distintas formas e rituais como formas de expressão. No entanto, essa diversidade nem sempre é respeitada, e, consequentemente, gera-se a intolerância religiosa. Sendo, entretanto, definida como um crime de ódio que fere a liberdade humana, a perseguição religiosa, é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de pessoas de determinados grupos. Um exemplo disso ocorreu na Jornada Mundial da Juventude, evento realizado pela Igreja Católica, no qual em uma manifestação, mulheres seminuas, quebraram imagens sacras, símbolo da fé católica, e se masturbaram com o crucifixo em pleno espaço público, à vista dos peregrinos. Essa manifestação pregou o desrespeito, insulto e propagação de ódio ao próximo, ferindo os seus direitos. Em vista disso, respeitar as diferenças de outrem é o principal passo para que alcancemos o mesmo. Desta forma, a mídia junto com o governo devem promover campanhas de combate à intolerância religiosa, sendo mostrada também em novelas, deixando mensagens de crítica contra este ato. É importante que as escolas implantem em seus currículos uma matéria que mostre a diversidade de culturas e crenças e que conscientize a importância dela para o nosso meio. A família também sua função social a fim de ensinar às crianças desde cedo a conviverem com as diferenças e principalmente, respeitarem-se. Sendo assim, seguir-se-ia uma ideia bem explicada por Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender; e se podem aprender a odiar pode ser ensinadas a amar.”