Título da redação:

A laicidade em questão

Tema de redação: A intolerância religiosa no Brasil

Redação enviada em 30/09/2015

A intolerância religiosa vem sendo vista em vários períodos da história, e diante disso, vimos vários capítulos de tragédias e horror ocorrerem para a imposição de uma crença. E em vista desses fatos, houve uma necessidade de reflexão e foi assim que a partir da Revolução Francesa, observamos surgir a concepção do Estado laico, no qual o poder político é independente da religião e baseia-se no respeito as diferentes fés. Porém saber conviver com o diferente ainda é um grande desafio a nossa sociedade. O Brasil é composto por uma grande diversidade de expressões religiosas, no entanto, está pluralidade não é respeitada pela população. Historicamente em nosso país, ocorreu uma estreita relação entre a religião e o Estado. Na Colônia, a Igreja Católica era contrária a quaisquer outros tipos de manifestações religiosas e as considerava "demoníacas". Dessa maneira, ocorreu uma intensa desvalorização de outras crenças e o seu reflexo é sentido até os dias atuais, onde há um preconceito muito grande em relação a outras religiões fora do núcleo da Cristã, como as de origem africana. O Brasil é laico, segundo a nossa Constituição, e portanto é assegurado a todos os cidadãos tratamento igualitário independente de qualquer credo. Contudo, este princípio é violado pelos órgãos públicos. O Estado reconhece a diversidade religiosa de fato, mas não de direito. O panorama geral mostra uma naturalização do Cristianismo como religião nacional em todos os espaços de função pública do país. O que observamos, é uma invasão do espaço vital de cada indivíduo onde os representantes legislam com base em preceitos religiosos, e isto pode equivaler impor a toda sociedade doutrinas que são válidas apenas aqueles que professam a mesma fé. Em virtude do que foi mencionado, é importante ressaltar que episódios envolvendo este conflito são comuns não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Vemos que a aceitação dos dogmas sem questionamentos estão levando o homem ao fanatismo, ao fundamentalismo e a destruição. E diante disso, se vê necessário que em primeiro lugar, os órgãos públicos devam se pautar na isonomia para assim não colocar em prova a laicidade. Em segundo, as escolas implantarem o ensino religioso das diversas religiões, incluindo também posições não religiosas como o ateísmo e agnosticismo para que assim sejam difundidos os valores. E acima de tudo, cabe ao individuo respeitar a fé alheia, para que assim possamos prosseguir rumo a vivências mais plurais e democráticas.