O Brasil, dada a extensão territorial, ao elevado contingente populacional e ao processo histórico de miscigenação entre diversos povos, abriga a convivência entre diversas culturas, costumes, crenças e religiões. Nesse sentido, merece acentuação o processo da intolerância religiosa, que apesar de não tão difundida quanto em outros países – sobretudo do Oriente Médio – se faz presente em território nacional, de modo que é necessário ser combatida em favor aos direitos individuais e ao convívio social pacifico. A presença da religião no país é muito forte. Desde a infância a grande maioria das crianças são introduzidas às mesmas crenças dos pais, e salvo poucas exceções, crescem sem contato e conhecimento mais aprofundado a respeito de outras religiões se não aquela a que foi apresentada desde a infância, de forma que esta passa a ser vista como a correta. Esse cenário gera um processo de alienação, e para os mais fanáticos religiosos que acreditam ser a sua religião a única verdadeira, e que, portanto, deve ser difundida, surge o preconceito religioso, encarado muitas vezes como benéfico e a favor de Deus. Vale ressaltar, no entanto, que a crença ou a escolha religiosa são questões de caráter individual e que sequer são obrigatórias no país. Dessa maneira, a intolerância, sobretudo a de caráter religioso, deve ser combatida em favor aos direitos e à integridade individual, visto que devido ao tema já são contabilizados em todo o mundo milhares de casos de perseguições, mortes e massacres. Dado o exposto e tendo em vista o combate à intolerância religiosa, é necessário a atuação conjunta do Estado e da Sociedade. É dever do Estado a ampliação da punição contra medidas de caráter preconceituoso, intolerante e discriminatório, além de junto ao meio midiático, recorrer a propagandas de caráter educacional e informativo. Cabe a sociedade a realização de protestos e passeatas contra a intolerância, além de introduzir no âmbito familiar a discussão sobre o tema.