De acordo com a Constituição brasileira de 1988, o Brasil é um Estado laico, e, dessa forma, todas as religiões devem ser consideradas oficiais. No entanto, o que se presencia, atualmente, no mundo contemporâneo, são diversos casos de intolerância religiosa, os quais ferem os direitos civis de liberdade de expressão e de culto, sendo esses assegurados pela Declaração dos Direitos Humanos. Primeiramente, é preciso destacar que segundo Voltaire a intolerância religiosa tem como fundamento básico a busca pelo poder, isso, pois se verifica que os indivíduos tentam impor uma dominância de uma religião sobre a outra, que ao buscar seus próprios interesses, justificados por uma conduta religiosa, difundem um sentimento de etnocentrismo na sociedade. Assim, esse conjunto de ideologias que fere a liberdade e a dignidade humana representa uma atitude de ódio e de desrespeito aos direitos civis, sendo considerado, constitucionalmente, um crime no Brasil. Além disso, ainda é possível verificar atitudes intolerantes no Brasil do século XXI. Em 2007, o presidente Luis Inácio Lula da Silva proclamou a data 21 de janeiro como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, demonstrando e reconhecendo que essa postura desrespeitosa continua ocorrendo no país mesmo após a instituição de um Estado laico. No entanto, esse crime de ódio não ocorre somente no cenário brasileiro, sendo possível exemplificar o Holocausto, o qual foi um extermínio pelos nazistas a, aproximadamente, seis milhões de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. Portanto, a intolerância religiosa é uma realidade brasileira, mas que, no entanto, não deve ser permitida e nem mascarada pela sociedade. Assim, o governo necessita aumentar a fiscalização dos ambientes públicos, por meio do policiamento, a fim de diminuir os casos de desrespeito às diferentes culturas e religiões no país, punindo esses criminosos. Além disso, as escolas precisam promover trabalhos lúdicos com as crianças, visando ensinar-lhes a respeito da diversidade religiosa no Brasil, para que, ao crescerem, tornem-se cidadãos conscientes e tolerantes. Também, a família deve dialogar com seus filhos, para que, dessa forma, eles fortaleçam uma mentalidade de respeito às diferenças, enfrentando de modo respeitoso essas contradições sociais.