Apesar de dados estatísticos mostrarem que o Brasil é predominantemente cristão (entre católicos e evangélicos), na Constituição somos um Estado laico. Justo, considerando toda a influência externa quanto a cultura (e a própria religião). Porém nem todos concordam com a questão da igualdade e da imparcialidade do país e com isso entra em pauta a tão discutida intolerância religiosa. Felizmente, aqui não há perseguição religiosa, mas por outro lado há uma disputa entre representantes religiosos (ou os não-religiosos também). Fugindo ao princípio da democracia, que seria dar voz e direitos iguais a todos, quem realmente se favorece é aquele que possui uma representação maior. O "certo" acaba sendo aquele que tem mais seguidores, quando na verdade não há um "certo". Há uma discussão ligada a relação do Estado e da religião que é a presença de símbolos religiosos em prédios públicos. É tão comum, que muitas vezes nem se repara um crucifixo, uma imagem sacra ou algo do gênero. É parte do patrimônio histórico brasileiro as igrejas, obras de artes religiosas, na nossa fala utilizamos referências ao cristianismo (em expressões como "vá com Deus", "Deus lhe pague" e etc) e até mesmo em notas de dinheiro aparece "Deus seja louvado". Será que precisamos apagar uma parte de nossa história para sermos verdadeiramente laicos? Lembrando que até os EUA possuem uma referência a Deus no dólar. Essencialmente, é preciso saber que o conceito de laicidade não é similar ao de ateísmo, como alguns pensam que é. Na verdade, a laicidade consiste em tratar todos os grupos religiosos do mesmo jeito. Mais importante ainda, é que não basta o país ser laico no papel, quando não colocamos em ação esse conceito no meio em que estamos.