Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A integração social da pessoa com Síndrome de Down

Redação enviada em 16/06/2018

O filme brasileiro "O Filho Eterno", uma adaptação do livro de Cristovão Tezza, retrata o processo de aceitação e construção das relações familiares entre uma criança com Síndrome de Down e seus progenitores. Ambientado na década de 80, a obra narra preconceitos existentes em toda sociedade, além da dificuldade do pai em construir laços afetivos com o filho Down. Nessa perspectiva, apesar das quatro décadas que separam a história do filme e a atualidade, os indivíduos portadores dessa síndrome ainda são estigmatizados e enfrentam diversas dificuldades no seu desenvolvimento social. Em primeira análise, a boa integração de pessoas com Síndrome de Down na sociedade está condicionada a boa integração no seio familiar. Nesse sentido, como primeiro ambiente de interação e também aquele onde o indivíduo passará a maior parte do seu tempo, a família é a instituição que definirá os valores, as concepções de mundo e a autoestima dessas pessoas, sendo os responsáveis por dar segurança a esses jovens para encarar o mundo. No entanto, o processo de aceitação da condição do filho, o medo do futuro e até o sentimento de culpa de famílias, que não lidam de forma aberta com a nova realidade resultam em padrões comportamentais de rejeição ou superproteção que prejudicam a evolução da criança Down. Em segunda análise, a inclusão de estudantes com Síndrome de Down na rede regular de ensino é um direito que traz resultados positivos ao desenvolvimento social de todo o grupo escolar, uma vez que ao inserir pessoas com deficiências nas escolas regulares cria-se a oportunidade de trabalhar valores como o respeito às diversidades. Contudo, a falta de um corpo docente qualificado no ensino público e privado dificulta o acesso desses jovens à educação e consequentemente a boas vagas no mercado de trabalho futuramente. Ademais, apesar da Lei 8213/91, que institui cotas para a contratação de pessoas portadoras de deficiência, em empresas com mais de cem funcionários, ainda há muitos estabelecimentos que não cumprem a lei por acharem que uma pessoa com deficiência intelectual irá comprometer a produtividade do negócio. O desenvolvimento de um indivíduo com Síndrome de Down exige mais dedicação, estrutura e paciência, porém é totalmente possível. Portanto, é necessário que o Estado crie no Sistema Único de Saúde uma rede de suporte psicopedagógico à família desde o nascimento da criança, orientando o grupo familiar em como lidar com os dilemas impostos pela síndrome e mostrando que há dificuldades que qualquer pessoa está sujeita seja ela Down ou não. Em consonância, urge-se incluir na grade curricular das licenciaturas e do curso de pedagogia disciplinas que desmistifiquem os preconceitos e capacitem os educadores a lidar com indivíduos que possuem deficiências intelectuais. Outrossim, o Ministério da Educação precisa fomentar a educação inclusiva de forma que pessoas com e sem deficiência convivam no mesmo ambiente, promovendo um ambiente acolhedor e produtivo para todos. Por fim, o Ministério do Trabalho deve intensificar as fiscalizações para fazer cumprir a Lei de Cotas, integrando as pessoas com Síndrome de Down no mercado de trabalho.