Na obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas'', o escritor brasileiro Machado de Assis expõe, por meio de repulsa do protagonista a sua relação preconceituosa com a coadjuvante (''ela era coxa''), ilustrando a maneira como o brasileiro trata pessoas com necessidades especiais. Atualmente, mesmo após a criação de leis que buscam os direitos iguais de todos os cidadãos, a integração de deficientes permanece um desafio no Brasil. Dessa forma, deve-se analisar os problemas que o país encontra para poder reduzir a exclusão de portadores de Síndrome de Down. Em primeira análise, ao avaliar o preconceito a pessoas especiais por um prisma estritamente histórico, nota-se que fenômenos decorrentes da formação do mundo ainda perpetuam na atualidade. Na Roma Antiga, tanto os nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência. Sob tal ótica, é indiscutível que preconceitos presentes no Brasil possuem ligação direta com o passado. Deste modo, é necessário voltar no tempo e combater novamente o aumento do preconceito no mundo. Além disso, a falta de preparo das escolas na inclusão de portadores de Síndrome de Down é um obstáculo a ser ultrapassado. Segundo o INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 75% das escolas públicas não tem acessibilidade adequada no estado de São Paulo. Outrossim, estudos da Universidade De São Paulo (USP) concluíram que crianças que estudaram com colegas com deficiência desenvolveram atitudes positivas relacionadas à tolerância. Dessa forma, a inclusão de crianças especiais na educação de base é benéfica para todos os alunos. Diante os fatos supracitados, é imprescindível que o Poder Público destine maiores investimentos à capacitação de profissionais da educação especializados no ensino inclusivo e às melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de oferecer aos portadores uma formação mais eficaz. Soma-se a isso, cabe ao Estado destinar leis que incentivem a contratação de cidadãos com Síndrome de Down em empresas privadas, com intuito de aumentar a integração no mercado de trabalho. Apenas sob tal perspectiva, a humanidade poderá desfazer preconceito histórico enraizado nos pilares do mundo.