Em Esparta, todas as crianças que nasciam com alguma síndrome ou deficiência eram descartadas, uma vez que não poderiam ia à guerra. Milênios depois, Hitler, líder nazista, autorizava o extermínio de deficientes, como os portadores de Down, sob a afirmação de que manchariam a imagem ariana. Contudo, ao fim da guerra, essas pessoas conquistaram direitos e igualdade perante a lei, embora, ainda enfrentem dificuldades de serem inseridos na sociedade. Tal conjuntura se dá pelo preconceito e pelo falho sistema educacional brasileiro. A princípio, em uma análise ampla e abrangente, o preconceito é a principal causa desse revés. Dessa maneira, de acordo com Voltaire, filósofo iluminista francês, o preconceito é uma opinião não submetida à razão. Sob essa ótica, fica evidente como a desinformação gera pensamentos errôneos, não submetidos à razão, visto que muitos acreditam que portadores da doença são incapazes de desempenhar atividades intelectuais e físicas assim como os não deficientes- morar sozinho ou cursar uma faculdade- desconhecendo a autonomia e capacidade desses, apesar de suas limitações. No entanto, existe solução para essa adversidade: a educação. Outrossim, em uma análise mais específica, o sistema metodológico de ensino brasileiro contribui para a problemática. Isso ocorre, pois, no sistema vigente, o aluno é obrigado a se adequar a moldes preestabelecidos visando apenas a realização de provas generalizadas, não levando em conta a peculiaridade e individualidade de cada um. Nesse viés, observa-se no dado da Federação Brasileira das Associações Síndrome de Down, como portadores da síndrome acabam excluídos em virtude das individualidades ainda maiores que as dos demais, pois menos de 0,1% desses cidadãos estão inseridos em instituições de ensino superior ou no mercado de trabalho. Faz-se necessário, portanto, medidas que alterem esse parâmetro de exclusão. Nesse contexto, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, deve incluir na Base Nacional Comum Curricular matérias como ética e cidadania, com o intuito de, entre outros, estabelecer debates a respeito da Síndrome de Down e da necessidade de incluir os portadores, para que, assim, o ciclo vicioso da desinformação e do preconceito em relação à doença seja erradicado. Ademais, deve repensar e reformular, desde a as séries iniciais, uma sistemática de ensino que inclua portadores especiais e suas peculiaridades, preparando todos para uma vida saudável em sociedade.