Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A integração social da pessoa com Síndrome de Down

Redação enviada em 07/04/2018

Com o objetivo de promover a integração na sociedade dos portadores de diversos tipos de deficiência, foi aprovada,em 2015, a Lei Brasileira de Inclusão. Entretanto, hoje, no Brasil, manifestações de preconceito, como o da desembargadora, Marília Castro Alves, que, nas redes sociais dela, questionou a capacidade de lecionar de uma professora portadora de Síndrome de Down, explicitam a ainda presente discriminação contra esse grupo na sociedade. Nesse contexto, é mister analisar alguns dos desafios à integração social dos portadores dessa mutação genética a fim de combatê-lo. Em primeiro plano, é importante destacar que as escolas, muitas vezes, não atendem todas as necessidades dessas crianças e jovens. Por esse prisma, as instituições de ensino tendem a concentrar os esforços apenas no progresso acadêmico dos alunos algo que, no caso dos portadores do distúrbio genético, não é o suficiente para assegurar a inserção deles no ambiente escolar. Prova disso é uma pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), que aponta que, pelo fato de muitas escolas não contarem com funcionários que possam atender às demandas básicas dos alunos com a síndrome, como limpeza e alimentação, a permanência desse tipo de aluno na instituição de ensino é dificultada. Destarte, com o propósito de garantir que a convivência entre estudantes portadores da deficiência e os demais, fundamental para que esses possam se desenvolver juntos, é essencial que as escolas incluam serviços especiais para os que precisam. Além disso, é fundamental destacar que,segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, o ato de perpetuar preconceitos atenta contra a dignidade de grupos sociais. Nesse viés, uma das formas de discriminação mais expressas contra os portadores da Síndrome de Down é considerá-los incapazes de desempenhar alguns tipos de atividades. Um exemplo disso é o caso já citado da docente, portadora do distúrbio genético, que teve a capacidade dela colocada em dúvida por uma jurista. Dentro dessa lógica, o estudioso francês não poderia estar mais certo ao afirmar que o preconceito é prejudicial à inclusão social de determinados indivíduos, uma vez que, no fato citado, os colocam em uma posição de inaptidão para realizar atividades úteis à sociedade, tais como estudar e trabalhar, impedindo, desse modo, inserção deles na sociedade. Assim, portanto, medidas que visem lutar contra o quadro apresentado são urgentes. Com esse fim, as ONGs voltadas à proteção dos direitos dos portadores de deficiência devem, usando as redes sociais como meio para mobilizar um grande número de pessoas, organizar protestos pacíficos com a intenção de alertar os congressistas quanto à necessidade de não só notificar as escolas que não cumprem a função de atender as necessidades de todos os tipos de alunos, mas também enviar recursos para que mais funcionários e equipamentos sejam incorporados às instituições de ensino. Em conjunto a isso, o Ministério Público deve, por intermédio da mídia, criar e divulgar campanhas incentivando a denúncia contra manifestações de preconceito direcionados aos portadores de deficiência. Logo, pouco a pouco, os ideais criados pela Lei Brasileira de Inclusão serão atingidos.