Título da redação:

Onde estão, verdadeiramente, os limites?

Tema de redação: A integração social da pessoa com Síndrome de Down

Redação enviada em 15/04/2018

Segundo a Declaração dos Direitos Humanos, de 1948, todas as pessoas possuem direitos iguais dentro de uma sociedade. É notório, contudo, que grande parte dos portadores da Síndrome de Down, uma cromossopatia humana, não estão integrados socialmente de forma plena. Assim, a falta de informação e de preparo limitam o convívio desses cidadãos. Em primeira análise, é importante notar na forma como a notícia de um bebê com Síndrome de Down chega até a família. Nesse sentido, os profissionais da saúde, ao informarem os parentes da alteração genética, dão um enfoque inicial muito grande para as limitações que a criança poderá desenvolver, deixando os pais ainda mais assustados e com medo. Dessa forma, vários mitos começam a ser criados, como a ideia de que os portadores da síndrome não poderão nunca ter uma vida normal. Tal fato, todavia, não é uma verdade, visto que há pessoas Down em cursos superiores e profissionalizantes e, até mesmo, no mercado de trabalho, de acordo com dados da Federação Brasileira das Associações Síndrome de Down. Outrossim, o mito da incapacidade do portador da síndrome supracitada faz com que a comunidade não busque se preparar para integrá-los a vida social ao invés de segregá-los. Assim, a falta de preparo das escolas públicas, que não possuem, além dos educadores, tutores que possam acompanhar as dificuldades da criança com Down, prejudica o acesso deles a educação e, por conseguinte, ao mercado de trabalho. Além disso, tomar contato com as pessoas que possuem essa cromossopatia, colocando-os em escolas regulares e em empresas, é o que ajudará aqueles que os rodeiam a ampliar as concepções que possuem acerca de tais pessoas e, então, desmitificar pré-conceitos pois, parafraseando Schopenhauer, todo homem toma os limites do seu próprio campo de visão como os limites do mundo. Faz-se necessário, portanto, ações que visem a integração da pessoa com Síndrome de Down. Cabe a União destinar verbas para que haja a contratação de tutores em escolas com alunos portadores da alteração gênica. Esses tutores, por sua vez, devem ser educadores que receberão treinamentos, por meio de cursos organizados pelo Ministério da Educação e as Secretarias de Educação, e que irão visar a capacitação para o acompanhamento da aprendizagem desses alunos, a fim de educá-los com qualidade, proporcionando-lhes chances de adquirirem uma profissão posteriormente e conquistarem uma vaga de emprego. De tal maneira, o contato da sociedade com as diversidades possibilitará a quebra das falsas limitações ainda existentes.