Título da redação:

A síndrome do preconceito

Tema de redação: A integração social da pessoa com Síndrome de Down

Redação enviada em 04/04/2018

Agnes Heller, famosa socióloga húngara, defende a tese de que o preconceito é um fator de coesão social, pois mantêm a comodidade das pessoas. Nesse sentido, explica-se a dificuldade que, hodiernamente, o Brasil enfrenta ao tentar inserir, plenamente, no contexto social, portadores da síndrome de down. Soma-se a isso a falta de cumprimento das leis que asseguram os direitos de indivíduos com essa condição, que impede uma total integração dos mesmos na sociedade. Immanuel Kant, célebre filósofo prussiano, indicava que a educação era fundamental no processo da formação humana. Embora exista uma lei que torne obrigatória a inclusão educacional do indivíduo com a deficiência do cromossomo 21, a sua aplicação esbarra em questões tangentes à falta de profissionais capacitados, materiais e estruturas. Aliás, muitas vezes, nota-se que as pessoas que têm essa condição tenham suas matrículas negadas ainda no Ensino Fundamental, o que acarreta em um abandono escolar e, consequentemente, impede que os mesmos alcancem seu total potencial, dificultando a entrada no Ensino Superior, por exemplo. Conjuntamente, o meio, segundo o naturalista Lamarck, teria papel análogo ao da educação. Esse pensamento, indubitavelmente, ressalta a importância da sociedade no processo de inclusão aos deficientes, que, infelizmente, é defasada. Não obstante, nota-se justamente o contrário. É incontrovertível que o Brasil, mesmo sendo um país extremamente miscigenado étnica e culturalmente, continua sendo extremamente preconceituoso com o diferente, incluindo quem sofre da síndrome de down. Desde o bullying, no âmbito escolar, à recusa de um emprego somente pela condição do candidato, constituem crime, embora, na grande maioria dos casos, fique impune. Infere-se que, a fim de sanar a problemática da inclusão, o Estado, por meio do Poder Público, destine mais recursos a formação de professores capacitados, além de disponibilizar materiais e adequar as escolas para as pessoas que possuem essa e outras deficiências. Outrossim, palestras devem ser feitas no âmbito escolar, de modo que, desde a infância, compreenda-se toda diferença. Aliado a isso, o Ministério da Educação deve sugerir, no Ensino Médio, a interdisciplinaridade entre as matérias de Sociologia e Biologia em alguns assuntos, de modo a mostrar que é possível que um indivíduo com síndrome de down, mesmo geneticamente diferente, cumpra seu papel como cidadão.