Título da redação:

A educação inclusiva como saída para os problemas da Síndrome de Dawn

Tema de redação: A integração social da pessoa com Síndrome de Down

Redação enviada em 10/04/2018

A telenovela "Páginas da Vida" deixou milhares de telespectadores perplexos, quando em 2006 exibiu uma de suas personagens, Clara, interpretada por Joana Mocarzel, filha de atores de televisão e portadora da Síndrome de Dawn. Muito se discutiu à respeito das limitações destes indivíduos, uma vez que, a atriz mirim apresentava pleno desenvolvimento cognitivo em atividades tipicamente sociais. O cenário de desatenção quanto a integração destes indivíduos à sociedade revela uma profunda inércia quanto as capacidades não desenvolvidas destas pessoas e se justifica pela falta de adaptação dos regimes e instituições educacionais adaptadas para receber essa parcela da população. Em 2016, a revista Scientific American publicou um estudo desenvolvido por especialistas do Reino Unido em diversos países do mundo apontando para a forte relação presente entre desenvolvimento cognitivo e estímulos dados a elas nos primeiros anos de vida até a puberdade. No entanto, mais do que receber educação, ela deve ser palpável a quem é apresentada, e nesse sentido, o caso de Joana corrobora para os resultados do estudo, uma vez que, desde muito jovem, ela teve acesso à regimes educacionais especializados, que colaboraram para diminuir o abismo social esperado, tendo em vista o padrão encontrado na sociedade para os portadores da alteração genética. O fato corriqueiro foge ao contexto da atriz mirim: a maioria dos portadores da Síndrome de Dawn não recebem educação de base. Esse histórico se perpetua por conta de preconceito à socialização dessas pessoas e até mesmo dos próprios familiares por não querer expor o indivíduo. Aqueles que, no entanto, tiveram acesso ao ensino primário, tiveram que passar por uma profunda tentativa de moldagem ao sistema, quase que totalmente fracassada. Uma questão similar remonta ao princípio de isonomia defendido na Constituição, de forma que, não se deve ensinar o cadeirante a pular o meio fio, antes é preciso adaptá-lo a partir da construção de uma rampa de acesso. Por fim, o cenário estático da integração dos portadores da Síndrome de Dawn é propulsionado pela carência da oferta de uma educação inclusiva delegada sobretudo a esses indivíduos. O governo federal deve, por meio do Ministério da Educação, destinar uma maior parcela do PIB para iniciativas de educação inclusiva, a partir da criação de programas especializados para receber os portadores da síndrome desde os primeiros anos de vida, para que quando adultos possam assumir posição mais dignas diante da sociedade, em comparação com o cenário precário atual.