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Tema de redação: A influência de "fake news" no cenário político brasileiro

Redação enviada em 21/08/2018

Na confluência entre um momento histórico marcado por uma grandiloquente revolução tecnológica, na qual, ao alcance de um clique se encontra toda informação, analisa-se, em paralelo, um constante desafio nacional: o aumento do compartilhamento de notícias falsas no âmbito da política brasileira. Dessa forma, a internet, ferramenta com poderosa capacidade de disseminação informacional em tempo real, é subutilizada na transmissão de dados falsos sobre candidatos a cargos públicos e políticos em atividade podendo, por vezes, fomentar discursos de ódio e discórdia. Observa-se, portanto, um risco baseado em dois fatores: precária situação da educação nacional e a incapacidade de controle da veracidade das informações divulgadas online. O documentário argentino "A educação proibida" denota que as escolas mundiais sofrem com uma estagnação que data do século dezoito quando, na Prússia ditatorial, necessitava-se de uma educação militar - alunos fardados, horários rígidos, portões e sinos. Analogamente, no Brasil, observa-se que essa obsolescência do método educacional vai ao encontro de outro problema: a falta de ação dos legisladores nacionais. Dessa maneira, se cria um ciclo negativo: escolas cada vez mais sucateadas, pessoas com capacidade de discernimento cada vez mais falha e, então, notícias falsas cada vez mais compartilhadas. Assim, o maior modo de o eleitor brasileiro assinalar suas vontades para o futuro da nação, o voto, acaba sendo ameaçado pela instabilidade nas informações sobre um candidato. Associado a isso, encontra-se a incapacidade de controlar tamanho aporte de informações divulgadas diariamente. Destaca-se que segundo os preceitos democráticos defendidos desde a antiguidade e, também, por filósofos da Era Moderna como Voltaire, a liberdade de expressão deve sempre ser respeitada. Entretanto, quando essa liberdade atenta contra toda uma população e ameaça um cenário político por completo, essa deve ser controlada. Nesse sentido, Mario Sérgio Cortella, filósofo moderno, explica: "a democracia não é a ausência de ordem, mas sim a ausência de opressão". Dessa forma, a falta de uma legislação específica que considere como crime o ato de compartilhamento de notícias falsas em período eleitoral ou fora desse apenas contribui com a persistência desse problema. Infere-se, pois, que a retrógrada continuidade da transmissão de dados falsos no que tange a política brasileira clama por políticas públicas eficazes. Desse modo, o Ministério da Educação, aliado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - que tem por atribuição o planejamento estratégico nacional-, e com recursos provindos dos impostos e capitalizados pelo Ministério da Fazendo, deve implantar em todas as escolas de ensino infantil, fundamental, médio e superior nacionais, uma preparação eficiente dos professores em torno de um moderno modelo de educação que crie cidadãos pensantes e conscientes. Essa capacitação seria ministrada por especialistas na área da educação visando diminuir progressivamente as taxas de notícias falsas sobre políticos veiculadas pela internet, assim como, as outras informações imprecisas publicadas sobre os mais diversos temas. Dessarte, o Brasil tornar-se-á um país verdadeiramente educador.