Título da redação:

As fake news e seus impactos nas eleições presidenciais

Tema de redação: A influência de "fake news" no cenário político brasileiro

Redação enviada em 01/10/2018

Ao dizer que “o homem é o lobo do próprio homem”, o filósofo Thomas Hobbes discorre sobre a capacidade do indivíduo de gerar danos à própria existência. Analogamente, no Brasil, o fenômeno das “fake news” traz questionamentos sobre como a facilidade de acesso e compartilhamento de informações se torna prejudicial à sua qualidade. Nesse aspecto, a difusão de notícias falsas pode influenciar substancialmente às eleições presidenciais de 2018. Em primeiro plano, é preciso analisar o papel das redes sociais nas campanhas eleitorais e como o espalhamento de inverdades na internet pode favorecer ou prejudicar determinado candidato. De acordo com um levantamento encomendado pela USP, cerca de 12 milhões de pessoas compartilharam fake news no Brasil em 2017, resultando em debates efervescentes na rede. No ano anterior, tendo as redes sociais como carro chefe, o empresário Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos utilizando a seletividade de conteúdos, conhecida como “bolha social”, para espalhar notícias a seu favor e, mais ainda, contra sua rival Hilary Clinton. Desse modo, fica evidente que as redes sociais podem sim determinar os rumos da política nacional. Além disso, é necessário ressaltar que a polarização política contemporânea também é responsável pelo aumento da desinformação. Nesse contexto, o uso das fake news, difundindo o sensacionalismo, se constitui como forma principal que grupos políticos utilizam para manipular as massas. Recentemente, após a morte da deputada Marielle Franco, uma notícia falsa alegando sua parceria com traficantes e grupos de extermínio foi compartilhada em grande escala. Em contrapartida, depois de ser desmentida, comprovou-se a participação de grupos políticos de oposição à deputada na origem do boato, cujo objetivo era apenas mudar o foco das investigações sobre o caso. Faz-se necessário, por fim, definir parâmetros que consolidem o acesso à informação de qualidade no país. Primeiramente, o Governo, por intermédio de agências reguladoras, deve criar filtros de informação nos maiores sites da internet, promovendo uma maior seletividade de conteúdo. De forma complementar, o Senado deve formular leis que penalizem com maior rigor quem criar e propagar notícias falsas, promovendo a sua diminuição. A partir dessas ações, o aprimoramento dos meios de comunicação será possível, e a afirmação de Hobbes não mais se aplicará nesse contexto.