Título da redação:

A Anomia Inercial

Tema de redação: A influência de "fake news" no cenário político brasileiro

Redação enviada em 02/11/2018

Aldous Huxley, em “A Democracia e Outros Estudos”, afirma que há em toda sociedade, devido ao hábito ou aos costumes, uma conformidade com ações consideradas danosas ao outro e que, apesar disso, permanecem inercialmente. Paralelo ao pensamento do britânico, tem-se a dissipação de Fake News. Essas notícias falsas prejudicam o outro, uma vez que podem mudar, utilizando-se de mentiras, o cenário político de um país. Isso ocorre, não raro, por conta do estado de anomia e do viés da confirmação. Primeiramente, para Émile Durkeim, uma sociedade com suas instituições enfraquecidas funciona de maneira patológica. Tal patologia é verificada por meio das ações de indivíduos que prejudicam uma parte da população ou ela como um todo. Dessa forma, corroborando a idéia do sociólogo francês, o Brasil - ao passar por uma enorme crise política, econômica e moral - passa a ser um cenário para diversos comportamentos nocivos - como a disseminação de notícias falsas - que são repetidos irrestritamente. Portanto, uma lei deve ser criada para impedir a perpetuação de algo tão prejudicial. Em segundo lugar, estudado pela psicologia, tem-se o viés da confirmação. Pesquisas feitas pela faculdade de Stanford mostram que as pessoas tendem a buscarem apenas aquilo que confirme o que pensam. Diante disso, uma pessoa ao receber uma notícia falsa que a agrada, esquece de verificar a veracidade. Além disso, observa-se no mundo digital uma reunião de pessoas que pensam da mesma maneira e a visão de que o outro que pensa diferente é um inimigo. Portanto, a notícia falsa não atinge apenas uma pessoa, ela é repassada a todos do mesmo grupo infinitas vezes. Dessarte, o ditado popular parece valer: uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade. Contudo, isso não pode ocorrer e uma fiscalização torna-se necessária. Em suma, a proliferação de fake news é algo extremamente danoso à sociedade brasileira. Cabe, pois, ao Poder Legislativo criar uma lei que criminalize as notícias falsas e multe os veículos disseminadores. Tal lei deve ser fiscalizada pela Agência Nacional de Autorregulamentação da Internet em parceria com as redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter. Por conseguinte, espera-se a diminuição das mentiras disseminadas online e que, essa ação danosa, quebre a inércia.